Música

Ferrugem resgata as origens do samba no disco 'Abre alas'

'Abre alas', 5º disco de Ferrugem, vai além da música, o tornando num projeto audio-visual. Repertório vai de Jorge Vercillo a Ivan Lins

Lisa Veit *
postado em 27/11/2020 07:04
Em 'Abre alas', Ferrugem volta à sonoridade do primeiro disco -  (crédito: Sandro Mendonça/Divulgação)
Em 'Abre alas', Ferrugem volta à sonoridade do primeiro disco - (crédito: Sandro Mendonça/Divulgação)

Resgatar as origens no samba é a missão do cantor Ferrugem no novo trabalho, presente a partir desta sexta-feira (27/11) nas plataformas digitais. O álbum visual Abre alas é o 5º disco do cantor, e é composto por 14 canções. Entre elas, está uma regravação do clássico de 1974, de Ivan Lins, que intitula o projeto. Além disso, o público pôde conferir uma prévia da sonoridade nostálgica do novo disco, por meio dos singles Tristinha; e Casa do amor, feito especialmente para o músico pelos compositores Jorge Vercillo e Rafinha RSQ.

Sobre a concepção deste lançamento, o cantor disse ao Correio: “Como todos os outros discos, este surge de uma maneira natural, mas com algo de especial, porque a gente precisava, de alguma maneira, resgatar algo que sentia falta: aquela essência do samba, que tinha no meu primeiro disco, de 2015, Climatizar”.

Nascido como músico em rodas de samba no Rio de Janeiro, sob influência de Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Péricles e outros bambas do ritmo, o cantor analisa que, mais tarde na carreira, com o sucesso, se enveredou por outros percursos. Entretanto, com o novo trabalho, Ferrugem abre as portas para o retorno à casa do samba. “Acho que é muito importante a gente percorrer outros caminhos, mas, apesar de ter sido maravilhoso, acabei esquecendo de percorrer o meu próprio: que é ir atrás do meu povo. E, pra isso, só fazendo samba de verdade, com a mesma qualidade de sempre, e trazendo bem aparente as percussões e letras voltadas para o estilo”, completou o artista.

E por falar em letra, Ferrugem também trouxe para esse projeto uma vontade antiga de gravar a própria versão do clássico de 1974, entoando os versos de Ivan Lins em Abre alas, canção que costuma fazer parte do repertório das apresentações. “A gente tocava nos shows e eu sempre falava ‘essa música é de um ídolo brasileiro e mundial. E a galera se emocionava, assim como nós todos da banda. Ouvi-la pronta no estúdio foi impactante, e não tinha como não colocar o nome do disco de Abre alas, fazendo essa homenagem ao Ivan Lins, em vida. É muito importante que pessoas de grande relevância para o nosso país, para nossa cultura, sejam homenageadas em vida”, reforça o músico.

Outro parceiro

Outro single destacado no álbum foi um presente do amigo e produtor Rafinha RSQ: uma composição em parceria com Jorge Vercillo, feita especialmente para a voz e arranjo de Ferrugem. “Com Ivan, foi especial porque eu cantei uma música dele, de grande representatividade, que fala de um assunto importante da época, a ditadura, e gravá-la, para mim, se torna uma coisa grandiosa. E, então, Jorge senta com Rafinha para compor uma música especialmente para mim, e vejo o quanto ela é linda e tocante. Não tem preço. Estamos encantados com o resultado da música”, conta. A canção se trata do último single lançado pelo artista, Casa do amor, que, assim como o single Tristinha, conta com videoclipe introduzindo a proposta visual do lançamento: mostrar a brasilidade por meio das imagens.

*Estagiária sob supervisão de Igor Silveira

Abre alas

Do cantor Ferrugem, 14 faixas inéditas. Disponível em todas as plataformas digitais de música e no canal oficial no YouTube. Livre para todos os públicos.

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