O que previdência, saúde, defesa nacional, segurança pública, educação, desenvolvimento econômico e sistema financeiro nacional têm a ver com artes visuais? Para a curadora Karina Santiago, a ligação entre essas áreas pode ser construída a partir de obras de arte. Foi o que ela fez em Entreligar-se, exposição em cartaz no Centro Cultural do Tribunal de Contas da União (TCU).
Karina reuniu obras de 20 artistas radicados em Brasília ou que já tiveram a cidade como local de residência e, a partir dos trabalhos, construiu um diálogo com áreas de atuação da administração pública cujos nomes costumam fazer parte de um universo bastante burocrático. “A mostra tem trabalhos incríveis em núcleos que fazem o diálogo entre a arte contemporânea e as atividades de Controle Externo do TCU, algo inédito. A intenção foi mostrar como ter um braço na arte pode ser uma ferramenta de sensibilização e aproximação da população das atividades do TCU, que parecem tão distantes do seu dia-a-dia, mas, na verdade, permeiam a vivência de todos”, explica a curadora.
O resultado é curioso e coerente. Com a série Para tirar as dores do mundo, Valéria Pena Costa fala de depressão ao substituir comprimidos por pedras preciosas em blisters de remédio. O trabalho, que trata de um tema constante na produção da artista, foi associado à área de saúde, enquanto as releituras de fotografias de família de Bárbara Mangueira estão no núcleo dedicado à previdência social. César Becker, cujas esculturas e instalações têm o elemento terra e a interação com o corpo como foco, está em Agricultura e Meio Ambiente. As fotografias de arquitetura e urbanismo de Joana França dialogam com o núcleo Administração do Estado e os grafites de Toys e Omik, com educação.
Normalmente, as exposições do Centro Cultural do TCU são produzidas após o Conselho Curador selecionar os artistas por meio de editais. Dessa vez, no entanto, a curadoria foi da própria Karina, coordenadora de produção do espaço. O local foi reaberto após ficar fechado por causa da pandemia e, segundo a curadoria, segue as normas sanitárias de combate à covid-19 com rigidez. As visitas precisam ser agendadas pelo link no Instagram @centroculturaltcu e os grupos são marcados de hora em hora para, no máximo, 10 visitantes. Na entrada do Centro Cultural, a temperatura de todos os visitantes é aferida. Também é obrigatório o uso de máscara e há totens e dispensers de álcool em todo Centro Cultural.
Confira as obras expostas.
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