A emissora de televisão aberta Record foi acusada por internautas de racismo na última quarta-feira (6/1). O motivo foi uma reportagem que associa Beyoncé a “magia negra”. A matéria foi ao ar no programa Fala que eu te escuto e recebeu críticas na internet pelo uso da diva pop para ilustrar a matéria.
O caso relatado pelo programa da Record foi em 2019, quando a ex-baterista de Beyoncé, Kimberly Thompson, entrou na justiça norte-americana acusando a cantora de ter praticado atos de “bruxaria” e “magia negra”, além de ter matado o gato de Thompson.
O que chamou a atenção da internet foram algumas escolhas e associações feitas na matéria. A primeira foi usar o caso de 2019 de Beyoncé como exemplo. Já que nada foi comprovado em relação à Beyoncé ter de fato praticado qualquer tipo de ação maldosa contra Thompson.
Em pleno 2021, a @recordtvoficial fez uma matéria insinuando que Beyoncé pratica “magia negra e bruxaria”.
— Beyoncé Access (@beyonceaccess) January 6, 2021
Enquanto falavam essas atrocidades, a emissora usou imagens de “Black Is King”, filme de Beyoncé que exalta a cultura africana! #RecordRacista pic.twitter.com/okcyDUbPx3
A segunda, por ilustrar a reportagem com cenas do longa da diva pop Black is king,filme disponível na Disney + que é uma exaltação à cultura africana e afro-americana e não apresenta nenhuma relação com uma “prática sobrenatural para o mal”, como exposto na matéria.
Em pleno 2021, um canal de concessão pública apresenta uma matéria que demoniza as culturas africanas, acusando Beyoncé de praticar "magia negra", e dizendo que esse termo significa a prática sobrenatural para o mal. Não tem outro nome se não racismo. #RecordRacista
— Luana Alves (@luanapsol) January 6, 2021
Nas redes sociais, os usuários questionaram a associação do filme com uma suposta magia do mal e como isso pode reforçar a intolerância, além do uso do adjetivo “negro” para retratar questões negativas.
Respostas às acusações
A Igreja Universal do Reino de Deus, responsável pelo programa da grade da Record, afirmou em nota ao portal Alta Definição que a reportagem não faz qualquer acusação a Beyoncé e “apenas relembrou uma notícia que foi amplamente divulgada pela Imprensa em setembro de 2018”.
A nota também fala que a Universal tem “bispos, pastores e fiéis que são de todas as origens e tons de pele, de todas as classes sociais”. O texto termina apontando a Igreja como também vítima de preconceito. “Como vítima maior do preconceito religioso no Brasil, a Universal repudia e combate toda forma de discriminação”, escreveu a Universal.
O Correio entrou em contato com a Record, mas, até o momento, não obteve nenhuma reposta sobre o posicionamento da emissora em relação ao assunto.
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