Televisão

Record associa Beyoncé a 'magia negra' e é acusada de racismo

O programa 'Fala que eu te escuto' fez uma reportagem que falava de um suposto caso de bruxaria da cantora usando imagens do filme 'Black is king'

Correio Braziliense
postado em 07/01/2021 17:22 / atualizado em 07/01/2021 17:23
 (crédito: Disney+/Divulgação)
(crédito: Disney+/Divulgação)

A emissora de televisão aberta Record foi acusada por internautas de racismo na última quarta-feira (6/1). O motivo foi uma reportagem que associa Beyoncé a “magia negra”. A matéria foi ao ar no programa Fala que eu te escuto e recebeu críticas na internet pelo uso da diva pop para ilustrar a matéria.

O caso relatado pelo programa da Record foi em 2019, quando a ex-baterista de Beyoncé, Kimberly Thompson, entrou na justiça norte-americana acusando a cantora de ter praticado atos de “bruxaria” e “magia negra”, além de ter matado o gato de Thompson.

O que chamou a atenção da internet foram algumas escolhas e associações feitas na matéria. A primeira foi usar o caso de 2019 de Beyoncé como exemplo. Já que nada foi comprovado em relação à Beyoncé ter de fato praticado qualquer tipo de ação maldosa contra Thompson.

A segunda, por ilustrar a reportagem com cenas do longa da diva pop Black is king,filme disponível na Disney + que é uma exaltação à cultura africana e afro-americana e não apresenta nenhuma relação com uma “prática sobrenatural para o mal”, como exposto na matéria. 

Nas redes sociais, os usuários questionaram a associação do filme com uma suposta magia do mal e como isso pode reforçar a intolerância, além do uso do adjetivo “negro” para retratar questões negativas.

Respostas às acusações

A Igreja Universal do Reino de Deus, responsável pelo programa da grade da Record, afirmou em nota ao portal Alta Definição que a reportagem não faz qualquer acusação a Beyoncé e “apenas relembrou uma notícia que foi amplamente divulgada pela Imprensa em setembro de 2018”.

A nota também fala que a Universal tem “bispos, pastores e fiéis que são de todas as origens e tons de pele, de todas as classes sociais”. O texto termina apontando a Igreja como também vítima de preconceito. “Como vítima maior do preconceito religioso no Brasil, a Universal repudia e combate toda forma de discriminação”, escreveu a Universal.

O Correio entrou em contato com a Record, mas, até o momento, não obteve nenhuma reposta sobre o posicionamento da emissora em relação ao assunto.

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