Brasil no Oscar

'Babenco' abre financiamento coletivo para campanha do Oscar

O documentário de Bárbara Paz é o escolhido do Brasil para categoria Melhor filme internacional e também está inscrito em Melhor documentário

A temporada de premiações se aproxima e os filmes estão trabalhando nas campanhas para conseguir indicações ao Oscar. É o caso de Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, documentário de Bárbara Paz que foi escolhido para representar o país na premiação mais importante do cinema norte-americano. A produção do filme abriu um financiamento coletivo para poder arcar com as despesas de uma boa campanha para disputar o prêmio. 

O crowdfunding é uma opção para filmes independentes levantarem fundos e conseguir chegar aos membros votantes da Academia. A produção estipulou a meta de arrecadar R$ 200 mil até 31 de janeiro, com uma segunda meta de R$ 350 mil. Os valores parecem altos, mas para passar da primeira fase -- com os representantes de 92 países pelo mundo -- com uma boa campanha os filmes gastam valores em torno de US$ 200 mil. Nomeada de Brasil Rumo ao Oscar, a campanha alcançou em uma semana metade do primeiro valor. Qualquer um pode doar pelo site site. Doações acima de R$ 100 terão recompensas.

Além do financiamento, o filme conta com os coprodutores Globo Filmes e Canal Brasil, e o apoio de Globo, Itaú e SpCine que também investiram na campanha. A produção pediu ajuda do governo federal, por meio da Ancine, mas ainda não obteve aprovação do pedido.

A dificuldade da categoria Melhor filme internacional está no fato de que todos os membros votantes da Academia participam da escolha da pré-lista de 10 selecionados, e depois da lista final com os cinco indicados, portanto a campanha publicitária deve ser muito grande para alcançar uma votação expressiva para concorrer ao Oscar.

O final da vida de Hector Babenco

Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou apresenta um paralelo entre a doença e a arte de Hector Babenco. O filme é dirigido e produzido por Bárbara Paz, com quem o cineasta passou os seis anos finais da própria vida casado. O longa apresenta a dicotomia entre o intelectual forte e o físico frágil em uma viagem ao íntimo do artista. A produção estreou nos cinemas em novembro e está disponível nas plataformas de streaming NetNow, Looke, Vivo Play e Oi Play.

Hector Babenco dirigiu filmes como Pixote, O beijo da mulher-aranha e Carandiru. O diretor morreu aos 70 anos em 2016. Com a saúde muito debilitada foi internado no Hospital Sírio-Libanês para tratar de uma sinusite, mas acabou tendo uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.