Crítica

Confira crítica do novo longa estrelado por Angelina Jolie

'Aqueles que me desejam a morte' tem pegada de thriller campestre, Angelina Jolie e um ótimo ator adolescente. Quem assina a direção é o roteirista de 'Sicário´, Taylor Sheridan

Ricardo Daehn
postado em 27/05/2021 12:55 / atualizado em 27/05/2021 13:03
O garoto Finn Little tem cenas fortes, com emoção à for da pele, ao lado de Angelina Jolie -  (crédito: Warner/ Divulgação)
O garoto Finn Little tem cenas fortes, com emoção à for da pele, ao lado de Angelina Jolie - (crédito: Warner/ Divulgação)

Esqueça a versão extremamente agitada que já marcou parte da trilha da carreira da estrela Angelina Jolie; em Aqueles que me desejam a morte, aos 45 anos, ela dispende uma energia comedida. Ainda assim, segue compromissada com pancadaria.

Integrante da guarda florestal americana, a personagem Hannah dá chão para Angelina ser uma veterana, descontraída, agitada e algo inconsequente. No filme de Taylor Sheridan (autor do roteiro do ótimo Sicário), Angelina não é suprema: divide a tela com vários coadjuvantes marcantes que conectam uma autoridade policial, Ethan (papel de Jon Bernthal) ao contador em auditorias Owen (Jake Weber) e aos contraventores Jack (Aiden Gillen, nada caricato) e Patrick (Nicholas Hoult, de Mad Max: A estrada da fúria). Confira o trailer:

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A Flórida é o cenário inicial da trama que avança para Montana, em que Hannah faz as rondas para o serviço florestal, entre tempestades, feridas de um trauma e comportamento impulsivo. Quem segura muito da história e das cenas é o jovem ator australiano Finn Little, intérprete de Connor,
o filho do perseguido Jack. Entre rastro de violência e tragédias, ele segue a rota de fuga que imbrica em Hannah e na atuação das forças da natureza, como fator incontrolável e ainda sabotado por incêndios criminosos.

Autor do roteiro do ótimo A qualquer custo, Taylor Sheridan parte de um romance escrito por Michael Koryta, para compôr o thriller com pegada campestre. É bem verdade que (raramente)
derrapa num humor involuntário, como quando a protagonista se dirige ao recém-órfão para lhe dizer: "Impossível me sentir triste, ao seu lado". De lascar. E assim vai indo a relação de Hannah e Connor, que lembra os conflitos da personagem de Susan Sarandon e o menino Brad Renfro de O cliente (1993), mas num meio em que a proteção ao garoto requer até mesmo uso de um afiado machado.

Entre córregos, matas e cidades, o enredo de Aqueles que me desejam a morte consegue equilibrar perseguições, tensão e uma convergência lógica. Até mesmo a inclusão da agenda feminista é feita de modo sutil, para padrões de Hollywood. Representando a grávida Allison, Medina Seghore (da série Happy) é outra que se destaca na bondade, em meio ao durão e impiedoso mundo masculino.

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