ARTES PLÁSTICAS

Ex- produtora de Maria Gadú, Renata dy Souza, faz exposição em Nova York

A mostra tem curadoria do canadense Simon Watson e conta com 3 artista brasileiras. Projeto, que ocorre dentro de um apartamento, também será realizado na Europa

» *Mila Oliveira
postado em 23/06/2021 06:00 / atualizado em 30/06/2021 12:22
Para a produtora, mulheres têm menos representatividade nas artes plásticas, mas colecionadores e museus já são cobrados a promoverem maior igualdade de gênero  -  (crédito: Camila Amaral/Divulgação)
Para a produtora, mulheres têm menos representatividade nas artes plásticas, mas colecionadores e museus já são cobrados a promoverem maior igualdade de gênero - (crédito: Camila Amaral/Divulgação)

Renata dy Souza tem uma grande trajetória produzindo Maria Gadú. “Tinha conhecido a então desconhecida Maria Gadú (risos), por telefone, através das minhas irmãs. Ela e o Leandro Leo foram convidados para cantar, e me apaixonei pela música”. Na época, a carioca cursava cinema, o que fez com que Gadú a chamasse para participar das gravações no Corredor 5, famoso estúdio no Leblon.

“Eu, que nem gosto de produzir, chamei câmera, maquiadora e fomos gravar. Saímos de lá cantando Shimbalaiê, e o mais engraçado é que nunca tínhamos escutado a música. Da gravação do making off, me tornei produtora da Má, e brinco que esse teste acabou ficando para vida toda”, relembra Renata.

Apesar do sucesso na carreira de produtora, a carioca sempre teve o sonho de viajar e conhecer outras culturas. Assim, quando completou 35 anos, resolveu que era a hora de “cair na estrada”. Depois de rodar o mundo, decidiu fincar raízes nos Estados Unidos. “A primeira vez que vim a Nova York foi com a Gadú. Não sei bem o que aconteceu, mas parecia que eu já tinha vivido aqui, andava pelas ruas como se estivesse no Rio, as pessoas eram supersimpáticas comigo, tudo fluía. Percebi que um dia moraria aqui”.

O tempo passou, Renata se mudou para a Big Apple e agora pode realizar o sonho de abrir as portas da sua casa com a SpeakArtsy que nessa edição recebe a exposição Bad girls. Ela explica que o projeto tem o objetivo de divulgar a arte das mulheres para o mundo. “Nós temos muito menos representatividade no meio das artes plásticas, e não é porque produzimos menos, ou em menor qualidade, é simplesmente um resquício do patriarcado. Colecionadores e museus vêm sendo chamados a equipararem essa situação, mas enquanto eles não fazem, fazemos nós!”, afirma.

A curadoria das obras foi feita pelo renomado canadense Simon Watson, que escolheu três artistas brasileiras: Ana Júlia Vilela, Cacá Fonseca e Mag Magrela. Segundo Renata, as três falam sobre temas comuns: “Elas exploram os psiques das artistas que observam e sentem na pele o que é ser uma mulher no Brasil. Elas falam do útero, da raiva transformada em criatividade e de um universo zen fantasioso e, ao mesmo tempo, contestador”, completa.

Depois de Nova York, o projeto irá para Berlim, no apartamento da Luiza Maldonado. Renata explica que “a ideia é seguir viajando por lugares marcantes no mundo. Já estamos conversando com a host da terceira cidade”, adianta. Por enquanto, a exposição segue aberta em Nova York e conta com 21 quadros. Confira no Instagram SpeakArtsy. Todas as obras estão à venda, e qualquer pessoa pode comprar. A mostra ocorre até dia 11 de julho.

*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

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