CINEMA

'Um Lugar Silencioso Parte II' chega hoje aos cinemas com muito suspense e tensão

Continuação do estrondoso sucesso de 2018, é um teste de nervos para o espectador que deseja acompanhar a saga da família Abbott em mundo tomado por criaturas estranhas

Ricardo Daehn
postado em 22/07/2021 06:00 / atualizado em 22/07/2021 11:29
Cena do filme Um lugar silencioso. Adversidades testam solidariedade entre os sobreviventes -  (crédito: Jonny Cournoyer/Paramount Pictures)
Cena do filme Um lugar silencioso. Adversidades testam solidariedade entre os sobreviventes - (crédito: Jonny Cournoyer/Paramount Pictures)

Desde os anos de 1960, a dupla Simon & Garfunkel canta em alto e bom tom O som do silêncio, expressão que, no cinema contemporâneo parece ser sinônimo de sucesso. É o que se constata quando assistimos ao longa-metragem de John Krasinski, Um lugar silencioso Parte II, que chega à sequência, três anos depois de se afirmar como fenômeno. Com US$ 20 milhões de orçamento, o filme de terror psicológico arrecadou quase US$ 350 milhões, em 2018.

Não é segredo que um dos protagonistas da trama, o pai de família Lee Abbott (o próprio ator e diretor Krasinski) não termina vivo no filme anterior. Mas é justamente sua ausência que puxa a desesperadora sequência de eventos vividos pela família Abbott, a partir de hoje nos cinemas. Os personagens agora se veem tendo que sobreviver sem o patriarca, carregando um recém-nascido e num mundo em que o mínimo ruído atrai criaturas extraterrestres que praticamente dizimaram a humanidade.

A filha mais velha de Lee, Regan Abbott — que tem problemas de audição — desempenha um papel fundamental numa trama dinâmica e extenuante para os nervos, uma ótima interpretação de Millicent Simmonds. Outro destaque é a atriz Emily Blunt, que interpreta Evelyn, a viúva de Lee que mal pôde lamentar a perda de um dos filhos (Beau Abbott), ainda no primeiro filme, e se vê lançada numa sequência de fatos que a impõe a responsabilidade de sobreviver para manter os dois filhos mais velhos — Regan e Marcus —, além do seu recém-nascido. Segue-se, com ela, o protocolo das orientações que vão desde o modo de respirar até pedidos sistemáticos por silêncio.

Capaz de fraquejar, Evelyn, entre tropeços em armadilhas sonoras, se vê obrigada a dividir pesadas responsabilidades com os filhos. Descalços, e às vezes separados por três frentes paralelas de ação, os personagens têm adesão total ao suspense e ao terror (desta vez mais físico), que vem a reboque da enervante edição de Michael P. Shawver — excelência já confirmada em Pantera Negra — e a música de Marco Beltrami, que compôs a trilha sonora de Guerra Mundial Z.

A introdução ao personagem Emmett, vivido por Cillian Murphy, traz novas informações ao público sobre como o mundo seguiu após a invasão das misteriosas criaturas. Nessa continuação, o público pode conhecer mais a anatomia das figuras aracnídeas que acabaram com a vida que era conhecida no planeta. Os monstros estão mais aparentes nesta continuação da trama de 2018. As ondas de rádio usadas no primeiro filme, voltam a ser exploradas na parte dois da ficção. O espectador vai se perceber algumas vezes prendendo a respiração e imóvel aguardando os próximos acontecimentos. O filme também tangencia um tema importante no momento de pandemia, a solidariedade e o limite ético nas relações humanas.

» Outros títulos para aproveitar em silêncio

A estrada (2009)
De John Hillcoat
No longa, o personagem do ator Viggo Mortensen enfrenta um período apocalíptico em que o filho e ele são constantemente ameaçados por canibais.

Matança necessária (2010)
De Jerzy Skolimowski
Um prisioneiro de guerra do Afeganistão fica à deriva, em meio à natureza selvagem. Vincent Gallo recebeu o prêmio de melhor ator, no Festival de Veneza, encabeçando o elenco do longa do polonês Skolimowski.

O país do silêncio e da escuridão (1971)
De Werner Herzog
Documenário sobre a capacidade transformadora de uma professora com deficiências físicas, e que luta por melhorias reservadas aos mais jovens.

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