LANÇAMENTO

Disco 'Samba candango' reúne 50 músicos da cidade ligados ao gênero

Projeto 'Samba candango' pode ser ouvido nas plataformas de streaming. Um álbum visual será lançado no fim de semana, em 7 de agosto

Fernanda Gouveia*
postado em 05/08/2021 07:46 / atualizado em 05/08/2021 07:46
Tereza Lopes é uma das convidadas do projeto Samba candango -  (crédito:  Webert da Cruz/Divulgação)
Tereza Lopes é uma das convidadas do projeto Samba candango - (crédito: Webert da Cruz/Divulgação)

O álbum Samba candango é o resultado da parceria entre o Instituto Rosa dos Ventos e o sambista Breno Alves com a reunião de 50 participantes, entre vocalistas, compositores, arranjadores, intérpretes e instrumentistas. O disco apresenta 14 faixas, disponibilizadas nas principais plataformas de streaming, desde sexta-feira. Além disso, para completar a experiência, um álbum visual será lançado em 7 de agosto.

“Trazer esse conceito profundo do samba e mostrar a quantidade e qualidade dos compositores e artistas da cidade é de extrema importância para um momento tão ímpar da descoberta de Brasília como uma potência criativa, poética e cultural”, diz a presidente do Instituto Rosa dos Ventos, Stéffanie Oliveira.

A proposta do roteiro do álbum visual é apresentar a jornada de Breno Alves pelos territórios de três rainhas da cultura afro-brasileira. São elas a rapper Rebeca Reallezza e a beleza das ruas do Sol Nascente, a Mestra Martinha do Coco e os encantos do Paranoá, além de Adna Santos, mais conhecida como Mãe Baiana de Oyá, e as riquezas do terreiro Ilê Axé Oyá Bagan. Tudo isso em um cenário abrilhantado pelas danças do Coco e de Oxum.

“O álbum visual foi incrível. Gravamos três músicas que são fortes e que mostram bem o samba candango na sua essência, trazendo o ritmo do samba autêntico, mas também outras linguagens importantes que ajudaram a construir o gênero”, explica o sambista Breno Alves. “Quem assistir vai ficar emocionado, porque a gente conseguiu transmitir o que a música pede e exatamente o que é o samba brasiliense”, promete.

O disco aposta na diversidade de vertentes do samba para representar a riqueza dos artistas da capital, além de trazer a essência da ancestralidade presente no ritmo. Por isso, mestres, mestras e brincantes que são referências no DF foram convidados a participar do projeto. Entre eles estão Jongo do Cerrado, Mestra Martinha do Coco, Tereza Lopes, Mãe Baiana, Larissa Umaitá, Mestre Gilvan do Vale e Mestra Tamá do tradicional Bumba Meu Boi de Mestre Teodoro. “Os convidados foram escolhidos pela profunda relação com os movimentos culturais da cidade e por toda a história de construção poética e musical com ela”, explica Stéffanie Oliveira.

Uma das canções presentes no álbum, Baobá, abre a discussão sobre intolerância religiosa ao falar sobre terreiros incendiados por intolerantes. A intérprete e grande representante do samba brasiliense Tereza Lopes participa da canção com Mãe Baiana, que teve o seu terreiro incendiado em 2015. “As culturas tradicionais de matrizes africanas são fortes em Brasília, são mais de 200 terreiros mapeados e muitos outros ainda não mapeados. É inegável essa força dentro do nosso samba”, aponta Stéffanie Oliveira.

*Estagiária sob a supervisão e José Carlos Vieira

 

 

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