As estreias desta semana são um prato cheio para quem gosta de se emocionar nas salas de cinema, com destaque para as produções nacionais. O premiado Meu nome é Bagdá, lançado mundialmente no Festival de Berlim 2020, onde conquistou o prêmio de melhor filme da mostra Generation 14plus, é uma das atrações.
Bagdá, com interpretação premiada da skatista Grace Orsato, estreante nas telonas, é uma garota de 17 anos que vive na Freguesia do Ó, bairro da periferia de São Paulo. Ela anda de skate com um grupo de meninos e gasta maior parte do tempo com a família e as amigas da mãe. Sua vida muda quando, finalmente, encontra um grupo de meninas skatistas. A obra dirigida por Caru Alves de Souza aborda temas como empoderamento feminino, assédio, homofobia e machismo.
Já Dora e Gabriel traz ao público um enredo, no mínimo, inusitado. Com direção de Ugo Giorgetti, o longa acompanha a história de Gabriel (Ari França), um imigrante libanês que sofre um assalto e é jogado no porta-malas do próprio carro. Dora (Natalia Gonsales), testemunha que passava pelo local no momento do crime, também é jogada no mesmo lugar. Sem terem a menor ideia de quem é o outro, os dois têm que dividir o minúsculo espaço sem saber por onde o carro está circulando.
Outro drama nacional é o Garota da moto, que conta a história de Joana (Maria Casadevall), uma jovem mãe e motogirl que descobre acidentalmente uma fábrica onde mulheres refugiadas são exploradas como escravas. Joana, então, decide enfrentar o esquema criminoso e libertar as reféns. Mas o problema não acaba aí: o chefe de segurança da fábrica passa a perseguir Joana a fim de matá-la e quem mais estiver com ela. A partir daí, a motoqueira precisa defender a si mesma, o filho e todos na escola do menino. Luis Pinheiro é o diretor do longa, e o roteiro é assinado por David França Mendes.
Documentário com mistura de ficção, O sentido da vida trata da história de Miguel, que, ao descobrir que tem uma doença à qual não pode sobreviver, decide enveredar por uma aventura pelos cinco continentes, sem um rumo definido, à procura do sentido da vida. Com produção dividida entre Brasil, Portugal e Islândia, o longa conta sete histórias que se confrontam. Os personagens são um comediante, um cantor, um político, um realizador, um filósofo, um escultor e um astronauta. A direção é de Miguel Gonçalves Mendes.
Latino-americano
A chorona: é impossível fugir do passado é um filme de terror que resgata o passado de governos sanguinários da América Latina. Com direção e roteiro do guatemalteca Jayro Bustamante, a trama começa no conflito armado da Guatemala, no início dos anos 1980, quando Alma e seus filhos são assassinados.
Décadas depois, é instaurado um processo criminal contra Enrique, general aposentado que supervisionou o genocídio da população maia no país. Ao ser absolvido, o espírito de La Llorona vaga pelo mundo entre os vivos. Durante as noites, Enrique passa a ouvi-la lamentar, o que faz sua família acreditar que está tendo crises de demência relacionadas ao Alzheimer, mas eles não suspeitam que a nova governanta está disposta a fazer justiça com as próprias mãos.
Ainda percorrendo as veias abertas da América Latina, a história de Aranha, suspense dirigido por Andrés Wood, começa nos anos 1970, antes do golpe que retirou Salvador Allende do poder no Chile. Inês, seu marido Justo e Gerardo são membros de um violento grupo nacionalista que visa derrubar o governo vigente. Inês e Gerardo mantêm um relacionamento extraconjugal secreto, pelas costas de Justo.
Quando o trio comete um crime político, suas relações ficam abaladas, o que os separa por um período de décadas. Quarenta anos depois, Gerardo ressurge, querendo se vingar e reviver a causa nacionalista. Inês, que agora é uma empresária de sucesso, faz de tudo para que o seu passado e de seu marido não venham à tona.
Terror
Em A casa sombria, após a morte inesperada do marido, Beth vive sozinha em sua casa à beira do lago. A superação da perda do parceiro é dificultada pelos seus sonhos, que mostram uma presença na casa, acenando para ela com um fascínio fantasmagórico. Ela, então, começa a vasculhar os pertences do falecido marido, em busca de respostas, mesmo os amigos aconselhando o contrário. O que ela descobre são segredos terríveis e um mistério que está disposta a desvendar. A direção é de David Bruckner.
Drama americano
Em No ritmo do coração, Ruby é a única que não tem deficiência auditiva na sua família. Ela ajuda os pais e o irmão nos afazeres do dia a dia, incluindo o negócio de pesca, localizado em Gloucester (EUA). Na escola, Ruby é integrante do coral, onde descobre sua paixão pelo canto. O professor do grupo a encoraja a entrar em uma escola de música, fazendo com que a jovem tenha que escolher entre ficar e continuar ajudando a família ou ir atrás do seu sonho de cantar. A trama é comandada pela americana Siân Heder.
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco
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