AUDIOVISUAL

Mostra Internacional de Cinema de São Paulo atesta fôlego do cinema nacional

Entre 33 títulos brasileiros na mostra, há o filme 'As verdades', do brasiliense José Eduardo Belmonte. A 45ª edição do evento ocorre até 3 de novembro, inclusive pela internet

Ricardo Daehn
postado em 26/10/2021 06:00 / atualizado em 26/10/2021 10:39
'As verdades', fita do brasiliense José Eduardo Belmonte, está na programação -  (crédito: Taylla de Paula/Divulgação)
'As verdades', fita do brasiliense José Eduardo Belmonte, está na programação - (crédito: Taylla de Paula/Divulgação)

A 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, até 3 de novembro, traz 33 filmes nacionais agrupados na Mostra Brasil, em uma prova de fôlego dos filmes nacionais. Entre os títulos brasileiros, há obra nova do brasiliense José Eduardo Belmonte chamada As verdades, um filme que revela crime contra empresário e traz atores como Lázaro Ramos e Bianca Binn. Também com fundo policial na trama, Aly Muritiba apresenta Deserto particular, o filme nacional pré-candidato à seleção internacional do Oscar. Mais de 160 acessíveis nas plataformas digitais despertam interesse, num universo de quase 260 filmes da mostra.

Com pacote de apresentação especial, a Mostra de SP traz filmes como Ziraldo — Era uma vez um menino, de Fabrízia Pinto, com material de mais de 40 anos de entrevistas do criador de O menino maluquinho, nas quais fala de criatividade e da atual situação do país. A imersão artística, por sinal, toca muitas das obras nacionais. No documentário Fédro, pesa o reencontro de Reynaldo Gianecchini com o teatro, a partir da obra de Platão. Na mostra virtual Play, desponta Poropopó, que revela a injeção de mágica e humor na rotina de palhaços que contornam a sisudez urbana.

Na plataforma Itaú Cultural Play, um dos grandes atrativos é o caráter gratuito das exibições. Dia 28, por exemplo, será a vez de O circo voltou, assinado por Paulo Caldas. No documentário, um dos mais ilustres mestres do circo, Zé Wilson, dá as caras. A programação da Itaú Play terá filmes como O melhor lugar do mundo, de Caco Ciocler, um documentário fake que registra limites, tendo a arte por inútil e o cinema como impossível. Na animação Tarsilinha, da dupla Celia Catunda e Kiko Mistrorigo, as memórias de uma ilustre mãe (Tarsila do Amaral) dão corpo para uma jornada infantil.

Do mundo

No filão internacional da mostra, obras de mais de 50 países demarcarão visões como as dos prestigiados Asghar Farhadi, Leos Carax, Wes Anderson e o tailandês Apichatpong Weerasethakul (vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes).

Com apresentação especial, estão fitas como Titane, o vencedor da Palma de Ouro Cannes assinado pela francesa Julia Ducournau. Também vistoso é o média-metragem de Pedro Almodóvar A voz humana, sobre o abandono que cerca uma mulher (Tilda Swinton) e o cachorro dela.

Montada a partir de 130 títulos, a Mostra Play trará filmes como Pegando a estrada, do iraniano Panah Panahi (filho do consagrado Jafar) que trata de uma família disfuncional em trânsito, sob império do caos, numa viagem movida a karaokê, ferimentos e histeria.

Com direito à venda de lugares (inclusive presenciais), o evento dispõe de site completo mostra.org. Na programação, sentimentos amorosos masculinos estão encampados em filmes como Os intranquilos (do belga Joachim Lafosse), que acompanha um homem bipolar e amores inconcretos e Eu quero falar sobre Duras, de Claire Simon, sobre um amante que descobre os limites da paixão, ao lado de uma escritora 30 anos mais velha.

Nas sessões Sesc Digital, em esquema gratuito, serão mostrados filmes como O jovem caçador de baleias, de Phillip Yuryev, exibido no Festival de Veneza e que trata do rebuliço numa vila no estreito de Bering causado pela popularidade de sites pornográficos da internet. Também na linha ficcional, Medo (de Ivaylo Hristov) recorre ao cenário da fronteira entre Bulgária e Turquia, para contar de refugiado negro hostilizado, após envolvimento com uma viúva desempregada.

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