O jornalista e escritor Carlos Marcelo lança, hoje, o romance Os planos, na Banca da Conceição (308 Sul) a partir das 16 h. O evento contará com sessão de bate-papo, autógrafos e leitura de trechos do livro pelo ator Adriano Siri.
Nos anos 1970, cinco amigos compartilham prazeres e sonhos vividos no início de uma capital marcada pela utopia. Nos dias atuais, os cinco, que já não sonham como antigamente, acabam envolvidos em uma espiral de cobiça e violência após participarem do planejamento de um crime. Ao mesmo tempo, uma tragédia que uniu o grupo na juventude ressurge como ameaça à impunidade de Duílio, Tide, Diana, Rangel e Hélio Pires. Esse é a premissa de Os planos.
Brasília é, sem dúvida, uma personagem do romance. Descrita com a precisão de quem conhece bem a cidade, o escritor pontua sobre a escolha do lançamento na quadra modelo: “É uma honra lançar um livro que se passa quase que inteiramente em Brasília (apesar de a cidade ser nomeada apenas no último capítulo), em um dos endereços mais simbólicos do plano traçado por Lúcio Costa. E a Banca da Conceição é um lugar muito especial: mais do que ponto de encontro (e reencontros), é um ancoradouro de afetos para os que amam os amigos e amam a cidade.”
A cidade descrita no livro tem o poder de gerar o sentimento de familiaridade e representação nos brasilienses, mas a trama tem temas que extrapolam os limites da capital: “Os brasilienses vão reconhecer boa parte dos lugares citados nas páginas, alguns já desaparecidos e que permanecem na memória afetiva da cidade, como a Piscina com Ondas. Também devem reconhecer algumas situações-limite que os personagens enfrentam – como o convívio, muitas vezes pernicioso, com o poder. Mas acredito que a trama e os dramas de Os planos são conduzidos por sentimentos universais, como amizade, nostalgia, ressentimento, desilusão”, observa Carlos.
Antes de se dedicar aos romances, Carlos Marcelo explorou a cena cultural de Brasília, focado na área musical, com o trabalho renomado de jornalista. O autor reflete sobre o que viveu e na representação da cultura no livro: “A cena de Brasília que é reconstituída no livro é a dos anos 1970, das descobertas musicais, sexuais e lisérgicas da primeira geração de adolescentes crescidos na cidade. Acho que a cena cultural de Brasília tem uma marca forte: a liberdade criativa. Em Brasília o choro tem influência do rock, o rock escuta samba, o teatro experimenta o clássico e o popular. É uma cena cultural marcada pelas ligações, pelos encontros – e, infelizmente, também por despedidas”.
O ator brasiliense Adriano Siri, integrante da cia. Melhores do Mundo e amigo de Carlos, participa do lançamento do livro e fará a leitura de trechos para os presentes. Adriano conta que a amizade nasceu em 1992, quando Carlos, então jornalista de cultura do Correio, escreveu uma matéria sobre a banda de Siri. De lá pra cá, desenvolveram a relação à medida que Carlos relatava a cena cultural que Adriano permeava. O ator, que teve acesso ao livro muito antes do lançamento comercial, relata: “Por ter uma vivência profunda de Brasília, ele articula muito bem o universo da cidade e entrelaça várias camadas para além da política”.
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco
Serviço
De Carlos Marcelo. Letramento, 284 páginas. R$ 64,90. Lançamento, hoje, às 16h, na Banca da Conceição (308 Sul)
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