Música

Maurício Barros, tecladista do Barão Vermelho, lança álbum solo

Com composições que fez ao longo de toda sua trajetória, o primeiro projeto solo e mais íntimo da carreira de Maurício tem parcerias com nomes como Arnaldo Antunes e Fausto Fawcett

Naum Giló*
postado em 04/01/2022 06:16 / atualizado em 04/01/2022 08:28
Tecladista do Barão Vermelho, Maurício Barros lança seu primeiro projeto solo, o Não tá fácil pra ninguém -  (crédito: Marcos Hermes)
Tecladista do Barão Vermelho, Maurício Barros lança seu primeiro projeto solo, o Não tá fácil pra ninguém - (crédito: Marcos Hermes)

A pausa da pandemia foi o ensejo que Maurício Barros, tecladista e fundador de um dos maiores símbolos do rock brasileiro, a banda Barão Vermelho, arranjou para, finalmente, concluir o seu primeiro projeto solo, o álbum Não tá fácil pra ninguém, já disponível nas plataformas digitais. Com composições que fez ao longo de toda sua trajetória, o projeto mais íntimo da carreira de Maurício tem parcerias com nomes como Arnaldo Antunes e Fausto Fawcett. "Cada letra e acorde são a mais perfeita tradução do que eu sou, do que eu sinto", define o artista.

O álbum solo era um plano antigo de Barros, mas que sempre ia deixando de lado devido a outros projetos que surgiam no caminho. Com gravações feitas entre 2018 e 2021, ele conta que chegou a gravar algumas coisas do celular e a mixagem da obra foi feita remotamente. "A sonoridade do disco foi totalmente orgânica sem deixar de ter uma preocupação para que houvesse uma unidade não só no som, mas nas letras, nas mensagens, para dizer o que eu queria neste momento".

Das dez faixas presentes no trabalho, duas são assinadas apenas por Maurício, Como você está? e Não desista. Fora Antunes e Fawcett, as faixas restantes têm parcerias nas letras como as de Mauro Santa Cecília e Rogério Batalha. Otto, além de contribuir com a letra, também empresta os vocais na faixa Abra essa porta. "São pessoas que eu admiro que eu quis que participassem do projeto. Mas cheguei a mexer algumas coisas nas letras, porque tinha que acreditar no que estava cantando", confessa Maurício.

As canções trazem ainda participações de Dadi e Marcelinho Da Lua. Os músicos Mauricio Negão (da banda de Ney Matogrosso) e Lourenço Monteiro (Marcelo D2) tocam em todas as faixas. Para masterizar o trabalho, ele convidou o norte-americano Brian Lucey, que trabalhou com nomes como Elvis Costello, Liam Gallagher e Arctic Monkeys. O resultado é um trabalho que passa por diversos estilos musicais sem perder o apelo pop, passeando pelo indie-rock, blues, folk-rock e elementos do maracatu.

A faixa-título, Não tá fácil pra ninguém, parceria com Batalha, é um samba que, a princípio, não estava no repertório do álbum. A ideia de incluí-la na tracklist veio quando Maurício ainda pensava no nome que o álbum levaria. A canção é uma "cutucada" nos negacionistas da pandemia da covid-19. "Cansou de ver gente surtar/ por não confiar/ no que diz o doutor", diz um trecho da canção. A viagem sonora passa também pelo ska, na faixa Já me sinto bem, composição assinada em parceria com Bruno Levinson.

Tecladista e compositor de hits como Amor pra recomeçarPor você, ambas com Frejat e Mauro Santa Cecília, e Puro êxtase, com Guto Goffi, Maurício Barros já foi produtor de discos como Viva (2019), do Barão Vermelho, e do Intimidade entre estranhos (2008), de Frejat. No seu projeto solo, fora cantar e compor, ele atua como instrumentista, arranjador e produtor. "Se eu já tinha desempenhado todos aqueles trabalhos, por que não faria o mesmo no meu próprio álbum?".

 

*Estagiário sob a supervisão de  Nahima Maciel

 

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