RIO DE JANEIRO

Morre aos 68 anos, Oscar Bolão, expoente baterista da MPB

O músico se apresentou em shows e participou de gravações que marcaram a trajetória de diversos artistas como Ney Matogrosso, Elizeth Cardoso, Marlene, Carlos Malta, Tim Rescala, Maurício Carrilho e Léo Gandelman.

Cecília Sóter
postado em 16/02/2022 14:51 / atualizado em 16/02/2022 14:51
Nas redes sociais, músicos e amigos lamentaram sua partida -  (crédito: Divulgação)
Nas redes sociais, músicos e amigos lamentaram sua partida - (crédito: Divulgação)

O baterista Oscar Luiz Werneck Pellon, conhecido como Oscar Bolão, morreu nesta quarta-feira (16/2) de covid, aos 68 anos. Ele estava intubado em estado grave no Centro de Emergência Regional (CER) do Leblon, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo perfil oficial do músico no Facebook.

De acordo com informações do jornal carioca Extra, pessoas próximas ao artista contaram que ele teve covid no final de janeiro, chegando a ficar hospitalizado, mas teve alta e voltou para casa. No último dia 6, data de seu aniversário, Bolão sentiu-se mal de novo sendo levado para o hospital. Com quadro de infarto e uma infecção, precisou ser intubado.

No último domingo (13/2), músicos e amigos convocaram uma corrente de orações pelas redes sociais, pedindo pela recuperação do percussionista que deu luz a discos da nata da música brasileira.

Um de seus últimos trabalhos foi a participação no novo disco da banda Pife Mudernoainda inédito, e que faz uma homenagem a Gilberto Gil.

Nas redes sociais, músicos e amigos lamentaram sua partida.

"A toda família do Bolão meus sinceros sentimentos! Um vazio gigantesco que só pode ser preenchido pelas maravilhosas lembranças de uma vida linda, tocando com ele, compartilhando a felicidade de estar em Pequim e ver as mulheres botando a mão na barriga dele para terem sorte no casamento… um Buda do Batuque, um músico exemplar, pontual e responsável, um profissional dedicado, artista inquieto e ser humano amoroso. Ainda deu tempo del gravar o álbum novo do Pife Muderno, homenagem ao Gil… ele dizia… com este show a gente vai tocar pra caramba! Vai ser sucesso! A vida nos deu Oscar Bolão de presente para sempre!", escreveu o Flautista Carlos Malta no Instagram.

"Querido, gente boa, talento e um capítulo gigante da história da música brasileira, na prateleira do ritmo: muito obrigado por tudo, tanto mais pela sua gentileza, Oscar Bolão! Já está fazendo uma falta imensa. Que encontros Mudernos e maravilhosos com você e o Pife pude experimentar", homenageou o cantor Pedro Luis.

 
 
 
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Carreira musical

Nascido em 06 de fevereiro de 1954, Oscar Bolão foi criado no Leblon, no Rio de Janeiro, ao lado de três irmãos. Teve formação musical entre autodidatismo, aulas particulares e cursos. A carreira de instrumentista foi baseada em experiências com a música de concerto e o desenvolvimento de práticas de linguagem do universo popular brasileiro.

Oscar Bolão iniciou a carreira musical no conjunto Coisas Nossas em 1975. Ele também fez parte da Orquestra de Música Brasileira, da Orquestra de Cordas Brasileiras e da Orquestra Pixinguinha.

O artista se apresentou em shows e participou de gravações que marcaram a trajetória de diversos artistas de relevância como Ney Matogrosso, Elizeth Cardoso, Marlene, Carlos Malta, Tim Rescala, Maurício Carrilho e Léo Gandelman.

Baterista e percussionista de projeção nacional e internacional, o desempenho em diversos ritmos brasileiros era destaque pela destreza técnica, riqueza de vocabulário musical e criatividade.

 

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