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Il Divo se apresenta neste sábado (30/4) em Brasília, às 21h

Em entrevista ao Correio, David Miller, do Il Divo, fala sobre apresentação única em Brasília em nome de Carlos Marín, membro do grupo que morreu em decorrência da covid-19

Pedro Ibarra
postado em 30/04/2022 08:00
 (crédito: Todd Star Photo/Divulgação)
(crédito: Todd Star Photo/Divulgação)

Os dois anos de pandemia marcam uma relação muito próxima das pessoas com a morte. A covid-19 não distingue ricos de pobres, nem idade, nem nacionalidade. Até o advento da vacina, o vírus colocava todos em risco. No entanto, o momento atual é de retomada das atividades presenciais, com artistas nacionais e internacionais confirmando vinda ao Brasil. Brasília recebe neste sábado (30/4) o Il Divo, grupo vocal que, assim como diversos casos em todo o planeta, retoma os shows após uma perda irreparável. Os cantores se apresentam no Centro de Convenções Ulysses Guimarães às 21h.

Formado pelo americano David Miller, o francês Sebastien Izambard e o suíço Urs Buhler, o grupo perdeu um membro após Carlos Marín, a quarta voz, morrer em decorrência de complicações da covid-19. “Nós passamos por um grande processo de desvendar o que diabos faríamos, e como andar para frente, isso se iríamos andar para frente”, conta David Miller em entrevista ao Correio.

“A turnê se tornou uma coisa completamente diferente do que a gente achava que seria. Pensamos como um tour de Motown, baseada no nosso último álbum de músicas do gênero. Em dezembro nós fizemos nossos primeiros shows em muito tempo e estávamos preparados para seguir no nosso planejamento, até que tudo foi se despedaçando diante de nós”, relembra o cantor, que é da formação original do Il Divo. “A partir do nosso processo, a gente sabia que teria que ser a turnê memorial do Carlos Marín, tinha que ser tudo sobre o Carlos. Escolhemos cada uma das músicas para expor a natureza da relação que tínhamos com ele, que ele tinha com o público”, completa.

“É divertido voltar às nossas memórias com o Carlos, mas também é muito difícil, pois ele não está mais aqui”, explica o músico. “Esse é o grande ponto do show, um lugar bastante emocional que vai e volta. Contamos histórias do Carlos e lembramos que ele não está mais lá, temos momentos de diversão e depois lembramos que ele não está conosco. Nós carregamos as lembranças dele por toda a apresentação”, complementa.

O conjunto, contudo, viu que o luto, apesar de muito pessoal, era uma dor coletiva. Afinal, todos que experienciaram a pandemia tiveram um contato próximo ou distante com a morte. “É diferente, todo mundo que está dentro daquela sala experienciou a perda nos últimos dois anos. Todos que estão lá, estão lá juntos e passando por isso juntos como uma comunidade. A música está ajudando a trazer a cura para cada um deles”, acredita Miller. “Percebemos que todos estão buscando conexão, porque estiveram isolados por dois anos. As pessoas precisam de um momento para liberar o peso dos últimos dois anos e é isso que estamos trazendo”, adiciona.

Uma nova voz

“Tentamos seguir só nós três, mas não fez nenhum sentido. Porque a voz do Carlos tinha aquele alcance profundo, é parte integral do Il Divo, não dava para continuar sem essa característica”, conta David. O Il Divo foi formado pela gravadora para que os cantores líricos, juntos, pudessem criar novas versões de músicas famosas e também trabalhassem em material inédito. Por isso, os quatro nomes são escolhidos por terem qualidades complementares. Para a turnê, um nome foi convidado para fechar o conjunto, o mexicano Steven LaBrie, barítono, assim como Marín.

“Ele tem uma voz espetacular, é um jovem maravilhoso. Inclusive, ele tem a mesma idade que o Carlos tinha quando começamos o Il Divo, ou seja, 17 anos mais novo que nós”, comenta David. “Com ele, nós conseguimos lembrar do Carlos no ápice. O Steven nos ajuda a ver que nós temos que honrar o melhor do Carlos, com o melhor de nós”, conclui.

Brasil

Os artistas já cantaram muitas vezes no país, em Brasília, por exemplo, já vieram em 2017 e em 2019. “Nós já vimos o país muitas vezes, tocamos em diversas cidades e eu realmente acho que tem algo de especial no Brasil”, conta David. “O país tem uma cultura muito musical, mas há algo único nessa cultura, uma forma única de experienciar ritmo e harmonia. Isso está no DNA do que é a cultura brasileira”, acredita o cantor.

Um segundo ponto aumenta o carinho do Il Divo pelo Brasil, especialmente na apresentação de hoje. “Posso falar com muita certeza de que o Brasil era um dos lugares favoritos do Carlos para tocar em todo mundo”, rememora, ao afirmar que a forma como o brasileiro ama não existe em nenhum outro lugar do mundo.

Serviço
Il Divo

Nesta sábado (30/4), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães a partir das 21h. Ingressos a partir de R$ 200 mais taxas disponíveis no site www.ticket360.com.br. Não indicado para menores de 18 anos.

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