Música

Marina de La Riva homenageia origens latinas em novo álbum 'Raices compartidas'

Em entrevista ao Correio, Marina de la Riva fala sobre 'Raices compartidas', álbum em que homenageia as origens latinas

Isabela Berrogain
postado em 04/07/2022 16:02
 (crédito:  Dipp Photography/Divulgação)
(crédito: Dipp Photography/Divulgação)

Desde a estreia oficial na música em 2007, Marina de la Riva tem tido como um dos objetivos principais da carreira representar as origens brasileiras e cubanas. Nascida no Brasil e filha de pai cubano, Marina homenageia a mistura de referências no nome do sexto disco: Raices compartidas.

“O nome Raices compartidas vem do meu primeiro trabalho, lá em 2005. Quando eu fui para Cuba gravar, eu levei esse nome comigo. Meu primeiro disco só não chamou Raices compartidas, porque eu era completamente desconhecida e precisava falar do meu nome para que as pessoas soubessem quem eu era”, relembra a artista em entrevista ao Correio. “Hoje, eu me sinto mais apta a falar dessa ancestralidade e celebrar com gratidão esse momento de homenagear minhas raízes compartilhadas”, assegura.

Ao longo de nove faixas - sete cantadas em castelhano e duas em português -, Raices compartidas leva os ouvintes em uma jornada de conhecimento das origens latinas de Marina de la Riva, ensinando sobre música, cultura e a vida. “Para mim, é muito natural unir essas duas músicas [brasileira e cubana] e falar sobre as raízes compartilhadas, porque eu recebi isso generosamente na minha casa”, explica. “Lá, não tinha essa divisão: isso é música cubana, isso é música brasileira, isso é música mexicana, isso é música americana. Existia a força da música. Foi sob esse guarda-chuva da dona música, tão generosa, que eu alimentei a minha alma”, afirma a cantora. “A música e arte são o alimento da alma”, complementa.

No disco, Marina de la Riva celebra décadas passadas da música, fazendo releituras de clássicos latinos como Besame mucho e Influências do jazz e trazendo elementos brasileiros para músicas internacionais. “Ir e voltar no tempo, para mim, também é uma coisa natural, além de curiosa”, conta Marina. “No meu olhar, a música está fora do tempo, porque ela diz respeito a verdades internas e nós continuamos com questões bem parecidas, independente do tempo linear. Para mim, a música não é antiga, ela é diferente”, pontua. Segundo a cantora, trazer “pérolas que ficam paradas no tempo linear” para o presente é um dos maiores prazeres da profissão.

Entre os sucessos revisitados no disco, destaca-se uma nova versão de Cachito, com a participação de Ney Matogrosso. “Ney é um grande amigo e, sobretudo, um farol nesse universo para mim”, declara. A parceria surgiu durante um telefonema entre os artistas, em que Marina compartilhou inseguranças sobre produzir um trabalho novo em meio aos grandes impactos sofridos pela indústria do entretenimento durante a pandemia da covid-19. “Ney me contou que gravou o disco dele como uma contra-reação para sair dessa tristeza, desse lugar que não pertencia a ele. E, insistiu de uma forma muito linda, como um mestre, que isso também não pertencia a mim”, relata.

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