A 20ª edição do Dança em Trânsito, um dos maiores festivais itinerantes do mundo, chega a Brasília, umas das 30 cidades previstas no roteiro. Dos dia 9 a 11 de agosto, o CCBB e o Centro de Dança do Distrito Federal, no Setor de Autarquias Norte, abrigarão espetáculos e oficinas de dança. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria local. As informações podem ser acessadas on-line.
Se a cultura é como comida para a alma, a rua é tempero de mãe. Ao longo do tempo, as artes passaram a se refugiar atrás de paredes de luxuosos teatros e casas de espetáculo, mas é inegável que as ruas de grandes centros urbanos tenham sido responsáveis por dar gosto e forma ao prato. Tendo isso em mente, o Espaço Tápias projetou o Dança em Trânsito, festival itinerante de dança que, em sua 20ª edição, já contempla 30 cidades nas cinco regiões brasileiras. Ainda que se utilize dos palcos fechados, o evento se adapta às cidades e se aproveita dos cenários urbanos. Na capital, o festival promove, hoje, oficinas no Centro de Dança do Distrito Federal. A partir de amanhã, o CCBB abre as portas para espetáculos que seguem até quinta-feira. Parte a portas fechadas, com cobrança de ingressos; parte a céu aberto e de entrada gratuita.
Há 20 anos, em Valença, na Espanha, Giselle Tápias se deslumbrou com a ideia de levar a dança para as avenidas, praças e passeios por meio do projeto Ciudades Que Danzan. Inspirada no conceito, a coreógrafa criou a vertente brasileira, que reafirma a arte do corpo em movimento como espetáculo acessível a todos: "Você traz a dança para a rua, para onde o povo está, no final do expediente. As pessoas estão saindo e se deparam com aquele espetáculo". Assim nasceu o Dança em Trânsito. Com partida no Rio de Janeiro, o festival se expandiu pelos quatro cantos do país e levou, com sede de arte, os espetáculos aos locais mais ermos. "Fomos a uma ilha em Belém do Pará e levamos os dançarinos de barco para se apresentarem para os povos ribeirinhos", relembra Giselle. Neste ano, o roteiro se estende até o dia 23 de outubro.
Brasília, parte da rota, recebe duas oficinas: hoje, Guy Nader e Maria Campos, de Barcelona, trabalham técnicas de dança contemporânea para dançarinos profissionais, estudantes de dança no Centro de Dança do Distrito Federal. Amanhã, Hector Plaza, também de Barcelona, instrui uma série de exercícios cujo objetivo principal é trabalhar os movimentos particulares de cada bailarino. Ambos são gratuitos.
No campo dos espetáculos, o CCBB cederá o teatro e o amplo gramado para os dançarinos. Entre os destaques, estão a apresentação Motiró, do Grupo Favela, coletivo formado por bailarinos saídos de comunidades cariocas; Kiko López e Hector Plaza apresentam Lo que los árboles no cuentan, que traz uma reflexão sobre as árvores; por fim, o Grupo Nimo, luso-brasileiro, encena Adapta-bilidade, sobre a habilidade de adaptar-se às diversas situações da vida.
Serviço
Festival Dança em Trânsito
Oficinas - Hoje, no Centro de Dança do Distrito Federal - Setor de Autarquias Norte Q.1. Entrada gratuita. Indicado para o público adulto.
Espetáculos - Amanhã e quinta, a partir das 16h30, no Centro Cultural Banco do Brasil. Mais informações no link.
*Estagiário sob supervisão de Isabela Berrogain
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