O hit Don't stop believin é um dos maiores sucessos da história do rock, tendo sido lançado em 1981 e passado de geração para geração. "Nunca pare de acreditar", foi entoando essa frase que a banda norte-americana Journey conquistou o mundo. Mais de 40 anos depois de estourarem para um público amplo, os integrantes da banda nunca pararam de acreditar e, atualmente, segundo eles próprios, vivem a melhor fase da carreira desde os anos 1980.
A banda lançou em 2022 o primeiro disco de estúdio depois de 11 anos sem músicas inéditas. O álbum, intitulado Freedom, tem 15 faixas e mantém-se no estilo que fez o grupo conhecido, porém com o frescor dos novos tempos da banda. "Passaram-se 11 anos em que mudamos a formação da banda mais uma vez e vivemos coisas excelentes na turnê com o novo pessoal. Nós estamos sentindo uma energia mais fresca, mais nova", conta o guitarrista Neal Schon, em entrevista ao Correio.
Com a nova formação composta por Arnel Pineda, Neal Schon, Randy Jackson, Jonathan Cain, Jason Derlatka, Narada Michael Walden e Deen Castronovo, os integrantes entendem que o Journey mudou. "Estamos explorando um novo capítulo e um novo território. As pessoas podem falar que isso não é Journey, mas com certeza é, só é bem novo. Eu sou o cara capaz de dizer o que é Journey e o que não é", diz Neal, o único remanescente desde o início do conjunto em 1973. "Pode não soar como as nossas coisas mais antigas, mas soa como o nosso novo nós", complementa.
O frescor vem também em quem escuta os rockeiros que começaram de uma mistura de músicos do artista Santana e da banda Frumious Bandersnatch em San Francisco, Califórnia. A partir 2009, Journey viu uma massa de novos fãs tendo interesse nas músicas do grupo, uma vez que a série Glee reviveu Don't stop believin em uma versão de muita qualidade, tendo recebido prêmios e dado uma nova motivação para a os norte-americanos que em 1981 fizeram sucesso pela primeira vez com a faixa. "Ter a música no Glee abriu portas para que nós nos encontrássemos com gerações mais novas e diferentes das que nos ouviam. Os mais novos descobriram a nossa discografia", lembra o guitarrista. "A curiosidade fez com que comprassem ou baixassem nossa música e nos deu novos fãs", adiciona.
Esse novo fã passou a acompanhar o Journey e por isso a banda ocupou novos lugares que não estava acostumada. Um bom exemplo foi o convite para o Lollapalooza Chicago, o grupo era um dos mais veteranos entre as atrações e, mesmo assim, teve uma apresentação lotada de jovens no público, nessa que foi a primeira participação da banda em um festival de música alternativa deste porte. "Nós estamos mais uma vez provando que o rock não morreu", clama Schon.
Sinais
Não só em participações em festivais, mas lotando casas, o conjunto vai mostrando que ainda é relevante, talvez até mais do que já foi em outros períodos. "Ano que vem é meu aniversário de 50 anos com o Journey. Estou a meio século com essa banda e vivendo o mesmo sucesso que tivemos no ponto mais alto da nossa carreira, ali no final dos anos 1970 e início dos anos 1980", afirma o artista. "Estamos vivendo algo que muita gente acredita que só viveria em sonhos", acrescenta. "Lotamos uma arena em Nova York em uma noite de segunda. São grandes sinais de que a nossa banda está mais forte do que nunca", comemora.
Segundo Neal, os próprios fãs acreditam no mesmo. "Estamos sobrevivendo, e muito bem. Nossos fãs mais fiéis falam que nós estamos soando melhor do que nunca", pontua o guitarrista, que vê um fato como um manifesto de que mesmo não sendo mais um gênero tão em alta, o rock tem várias formas de se manter importante. "Estamos mostrando para toda indústria do rock que esse gênero ainda pode ser feito. Mesmo com tantas mudanças na banda, estamos vendo mais gente nova vindo e esgotando ingressos toda noite", complementa.
Journey permanece, porque continua trilhando um caminho que começou em uma frase que o mundo grita a plenos pulmões desde 1981. "Nunca pare de acreditar" faz a banda dar mais passos adiante e encontrar novas formas de se reinventar. Crer ainda é uma tônica do Journey que já olha para frente, afinal: "O rock tem sido minha vida. Eu acredito em toda música boa, principalmente no rock, no bom rock", comenta Neal Schon.
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» E o Brasil?
Journey pisou em solo e palcos brasileiros pela última vez em 2011, na época do último lançamento que fizeram. Desde então, os integrantes pensam em voltar e já cavam possibilidades nos grandes festivais locais. "Temos planos de ir ao Brasil. Nós deveríamos tocar em um Rock in Rio ou um Lollapalooza", afirma Neal. Eles fizeram grandes turnês logo após a pandemia e estão organizando os novos passos após o lançamento de Freedom. "Estamos planejando o que vem
por aí e a América
do Sul está nos planos",
crava o músico.