música

Artigo: O que vi ao assistir da primeira fila a carreira de Gal Costa

Irlam Rocha Lima
postado em 10/11/2022 06:00
 (crédito: Karina Zambrana/Divulgacao)
(crédito: Karina Zambrana/Divulgacao)

Acompanhei a carreira de Gal Costa desde 1968, quando a vi pela televisão, no Festival de TV Record, interpretando Divino Maravilhoso, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, classificada em terceiro lugar. Só fui assisti-la ao vivo em 1971, quando ela cumpriu longa com temporada no Teatro Teresa Raquel, em Copacabana, com o antológico espetáculo Fa-Tal, em que interpretava de Antonico (Ismael Silva) a Sua estupidez (Roberto e Erasmo Carlos), passando por Pérola Negra (Luiz Melodia), Chuva Suor e Cerveja (Caetano Veloso) e Vapor Barato (Jards Macalé e Walli Salomão).

Em 1973 Gal veio a Brasília pela primeira vez e se apresentou no Teatro da Escola Parque com o show Índia. Estava lá numa das primeiras filas para aplaudi-la ao ouvi-la cantar Volta (Lupicínio Rodrigues), Flor de maracujá (João Donato), Barato total (Gilberto Gil) e a canção-título, de José Fortuna.Três anos depois ela estava de volta à cidade ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia com a turnê do projeto Doces Bárbaros, que ocupou o palco do Ginásio Nilson Nelson. Foi a primeira vez que a entrevistei.

Dali em diante, ela trouxe à capital quase todos os seus espetáculos. Em 1979, por exemplo, superlotou por dias noites a piscina coberta (hoje Ginásio Cláudio Coutinho) com Gal Tropical, em que agitou o público com a marchinha carnavalesca Balancê (do repertório de Carmem Miranda) e o frevo Cinema Olímpia, composição de Caetano Veloso. Já no dia 21 de abril de 1982, uma multidão se rendeu aos canto e encantos da estrela na área da Torre de TV, na celebração do aniversário de Brasília.

Para a Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional, ela trouxe, em 1994, sorriso do gato de Alice, dirigido por Gerald Thomas, apresentado uma semana antes em Salvador, onde a entrevistei. Muita gente se lembra do momento do show em que ela exibia os seios, ao interpretar Brasil (Cazuza), canção que havia sido tema da novela Vale tudo.

A beleza e a sofisticação da voz cristalina pode ser apreciada no concerto em homenagem a Tom Jobim, no ExpoBrasília (Parque da Cidade), em 2001, quando passeou por um set list que incluiu Chega de saudade, Corcovado, Por causa de você, Samba do avião e Wave — parcerias do maestro soberano com Vinicius de Moraes.

Gal esteve também — por duas vezes — no auditório master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães à bordo das turnês de lançamento dos álbuns de Recanto e Estratosférica, os quais divulguei no Correio, depois de batermos um papo. Por estar fora de Brasília, não assisti a apresentação dela em agosto último, pelo Festival Coma, no Eixo Cultural Ibero-Americano. Antes, porém, a entrevistei para matéria sobre o evento. A eterna estrela mostrava-se feliz por perceber que os jovens voltavam a marcar presença expressiva em seus shows.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação