Festival

‘A invenção do outro’ é o grande vencedor do 55° Festival de Brasília do Cinema

‘A invenção do outro’, de Bruno Jorge, foi o vencedor do prêmio Melhor Longa-metragem. O troféu de Melhor Curta-metragem ficou com Escasso, da 'Encruza'

Ricardo Daehn
Pedro Ibarra
Isabela Berrogain
Lara Perpétuo*
postado em 21/11/2022 01:51 / atualizado em 21/11/2022 15:54
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Os vencedores da 55ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foram anunciados no fim deste domingo (20/11), no Cine Brasília. A invenção do outro, longa-metragem dirigido por Bruno Jorge, ganhou o principal prêmio da noite, na Mostra Competitiva Nacional. Já Escasso, da Encruza, foi vencedor do prêmio de Melhor Curta-metragem.

Ao Correio, Bruno Jorge comemorou a conquista e destacou como isso impulsiona o desenvolvimento do filme. “A grande importância primeiramente é o afeto, ganhar esse prêmio é um abraço e uma forma de reconhecimento. Porém, o mais importante é que isso ajuda, de certa forma, que o filme possa circular e dialogar com outras plateias. Essa é grande consequência disso tudo”

As vencedoras nas categorias de curta, Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles saíram vencedoras com Escasso, mas acham que é apenas o início do caminho. “É muito bom ganhar, mas acho reconhecimento desse trabalho vai vir mais ao longo dos anos, entendendo qual será a reverberação dele”

Mato seco em chamas, de Adirley Queirós e Joana Pimenta, faturou nove prêmios, no total. Venceu Candango de melhor direção (o primeiro para Joana Pimenta e o segundo para Adirley, que já havia vencido por Era uma vez Brasília, em 2017) melhor roteiro, melhor trilha sonora, melhor direção de arte, melhor atriz e melhor ator coadjuvantes, com o coral de motoqueiros. Lea Alves e Joana Darc também dividiram o prêmio de melhor atriz. Representando o Sol Nascente, elas agradeceram a Adirley e dedicaram o prêmio a toda a equipe. Vale a lembrança de que, em 2014, Adirley foi vitorioso pelo melhor filme (Branco sai, preto fica), em Brasília.

Lea Alves expressou ao Correio a emoção de ganhar o prêmio com sua primeira atuação profissional, e principalmente o significado da vitória: “Estou representando as mulheres, que têm força, as mulheres negras, no dia da Consciência Negra, e o Sol Nascente, Ceilândia, em si”.

Entre os curtas da Mostra Competitiva, Calunga maior foi um destaque da noite. O filme saiu com 5 Candangos, incluindo Júri Popular e o prêmio especial Zózimo Bulbul.

O troféu Saruê, do Correio, foi entregue em memória a Bruno Pereira, indigenista assassinado em junho deste ano na região do Vale do Javari, e presente em A invenção do outro — que mostra uma tentativa de contato da Funai com um grupo de indígenas no Amazonas. O Correio enfatizou a emoção transmitida pelo encontro de Brunos no longa e pediu justiça por Bruno Pereira e Dom Phillips.

A premiação, comandada pelas atrizes Bárbara Colen e Dandara Pagu, foi transmitida ao vivo pelo canal do Festival de Brasília no Youtube. Depois de uma semana intensa, a primeira edição presencial do Festival teve marcada a importância e a emoção da interação.

Brasília em destaque

Segundo o secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Bartolomeu Rodrigues, apesar de ter ficado impressionado com os longas, o que mais o deixou impactado no Festival deste ano foi a Mostra Brasília: “Eu achei muito interessante, muita coisa boa, muita gente jovem fazendo cinema aqui em Brasília, isso me deixou bem animado”.

Para o secretário, é um alívio celebrar o sucesso da última noite: “O Festival é como o Carnaval, a gente passa o ano todo planejando”. O do ano que vem, portanto, já vai estar sendo planejado ao fim deste; com apenas um desafio: “Ele tem que ser melhor do que este”.

A melhor atuação feminina da Mostra Brasília ficou com Issamar Meguerditchian, do curta-metragem Desamor. Ela afirmou, com exclusividade ao Correio, que estar no festival foi uma surpresa. A noite da premiação, então, foi, para ela, um momento mágico: “Eu nunca pensei que eu fosse chegar nesse ponto, porque esse não era o meu objetivo”. Issamar falou ainda sobre visibilidade e portas que o evento abre para a cena audiovisual local. “Estar nesse meio, eu nunca tinha vivido isso; antes assisti filmes, mas nada nesse clima de participação.”

 

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