Obituário

Morre o compositor de "Disparada", Theo de Barros, aos 80 anos

Theo de Barros se destacou pela parceria com Geraldo Vandré na moda de viola 'Disparada' e autoria de 'Menino das laranjas', gravada por Elis Regina para o álbum 'Samba eu canto assim'

Irlam Rocha Lima
Cecília Sóter
postado em 15/03/2023 13:13 / atualizado em 15/03/2023 14:59
 (crédito: Bruno Conrado / Divulgação)
(crédito: Bruno Conrado / Divulgação)

Morreu, na madrugada desta quarta-feira (15/3), em São Paulo, aos 80 anos, o compositor Theo de Barros, que se destacou pela parceria com Geraldo Vandré na moda de viola Disparada, e autoria de Menino das laranjas, gravada por Elis Regina para o álbum Samba eu canto assim.

Ricardo Barros, filho do compositor e que dirigia a carreira musical do pai, confirmou a morte de Theo nas redes sociais. O velório e sepultamento do artista está marcado para está quinta-feira (16/3), a partir das 8h, no Cemitério de Araçá, em São Paulo.

O júri da segunda edição do Festival da Record, realizada em 1966, escolheu A Banda, de Chico Buarque de Holanda, como a vencedora. Antes do anúncio, porém, o cantor e compositor carioca decidiu dividir o prêmio com Geraldo Vandré e Théo de Barros, autores de Disparada, interpretada por Jair Rodrigues. No ano seguinte, como integrante do Quarteto Novo, juntamente com Airto Moreira, Hermeto Pascoal e Heraldo do Monte, acompanhou Edu Lobo e Marília Medalha, vencedores do festival, com Ponteio.
Mas, o trabalho de Théo de Barros passou a ser mais conhecido antes, mais precisamente em 1965, quando Menino das laranjas, composição de autoria dele, foi incluído no repertório de Samba eu canto assim, LP de estreia de Elis Regina, lançado pela gravadora Philips (atual Universal Music). A música se transformou num dos maiores sucessos do disco da cantora.

Carioca de nascimento, radicado em São Paulo, Théo cresceu num ambiente musical. O pai era radialista e a mãe cantora e, ainda no Rio de Janeiro, a casa vivia cheia de artistas. Quando a família mudou-se para a capital paulista, estreitou sua amizade com o violão e, aos 13 anos, compôs a primeira música, um samba intitulado Saudade pequenina. Profissionalmente, estreou na boate Lancaster, tocando contrabaixo, ao lado de ninguém menos que o pianista César Camargo Mariano.

Durante a vida, o músico se envolveu com inúmeros projetos, de jingles publicitários a orquestração e trilha sonora para televisão e cinema, compondo, arranjando e dirigindo. O violonista lançou cinco discos. Tatanagüê, em parceria com Renato Braz, foi vencedor do 29º Prêmio da Música Brasileira, na categoria Projeto Especial. O trabalho mais recente foi o álbum Notas Brasileiras, com os amigos Adylson Godoy e Dino Galvão Bueno.

Theo de Barros nasceu no Rio de Janeiro, em 10 de março de 1943, e migrou para São Paulo com a família quando tinha 11 anos. Além de compositor, o carioca é violonista, arranjador e cantor.

Além da música, Theo também atuou no teatro como diretor musical de peças como Arena conta Tiradentes, Arena Conta Zumbi e Arena Conta Bolivar, do dramaturgo Augusto Boal.

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