O diálogo entre a literatura e as artes plásticas produziu uma preciosa série de imagens sobre as mulheres na ficção de José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura. Na passagem do centenário de Saramago, os artistas plásticos José Guimarães, Joana Villaverde, Graça Morais, Manuel João Vieira, Miguel Januário e Ana Romãozinho foram provocados a criar imagens inspiradas nas personagens femininas que povoam a obra do escritor.
Em seguida, as gravuras e serigrafias funcionaram como fontes de inspiração para a produção de textos de prestigiosas escritoras da língua portuguesa: Lídia Jorge, Ana Luísa Amaral, Djamila Pereira de Andrade, Ana Margarida Carvalho, Dulce Maria Cardoso e Adriana Lisboa. O trabalho resultou na exposição Mulheres saramaguianas, a ser inaugurada, na próxima segunda-feira, na Galeria Camões da Embaixada de Portugal. A mostra permanecerá aberta à visitação até 20 de maio.
O evento celebra o Dia Mundial do Teatro e promoverá um debate, na segunda-feira, às 18h30, com a participação da escritora Socorro Acioli, jornalista e escritora, ganhadora do prêmio Jabuti com o livro Eles têm olhos no céu, e do acadêmico e comissário-geral para as comemorações do centenário de José Saramago, Carlos Reis.
O professor é catedrático aposentado pela Universidade de Coimbra, especialista em Estudos Narrativos e em Literatura Portuguesa dos séculos 19 e 20, com destaque para os estudos sobre Eça de Queirós. Eles conversarão sobre o universo de personagens femininas de José Saramago, com a mediação de Luciana Barreto, professora de literatura da Universidade de Brasília.
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A exposição foi concebida a partir do álbum homônimo Mulheres saramaguianas, numa parceria entre a Fundação José Saramago e o Centro Português de Serigrafia. É um conjunto singular que entrelaça distintas gerações e sensibilidades artísticas, permitindo um novo olhar sobre o universo ficcional de Saramago.
Mas é interessante ouvir o próprio Saramago sobre a presença feminina em sua ficção:" Nos meus romances aparecem personagens, sobretudo mulheres, dotadas de um heroísmo discreto, natural, como uma emanação da sua personalidade. São mulheres, inclusivamente, dispostas ao sacrifício por compaixão, de compadecer o outro, um sentimento que tem a ver com a piedade, não com a grandiloquência. Neste modelo de mulher, que se repete de livro para livro, com diferentes nomes e em diferentes épocas, está em estado larvar uma nova forma de humanidade, uma forma diferente de 'ser humano'".
Mulheres Saramaguianas
Galeria Camões - Embaixada de Portugal
De 27 de março a 20 de maio
Visitação de segunda a sexta, das 13h às 17h, mediante agendamento pelo e-mail: ccp-brasilia@camoes.mne.pt
Endereço: Embaixada de Portugal em Brasília, Avenida das Nações, SES, lote 2.
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