Novo álbum do Lagum, ‘Depois do Fim’ inaugura ciclo mais maduro da banda

Grupo fala sobre o processo criativo, inspirações e novo ciclo representado pelo álbum 'Depois do fim'

Luíza Grecco Altoé*

postado em 14/04/2023 06:00 / atualizado em 14/04/2023 17:04

(crédito: Weber Padua)

Dessa vez, o grupo Lagum traz uma nova proposta para os fãs acostumados com músicas leves e descontraídas. Com o lançamento do álbum Depois do fim, o público se depara com um novo ciclo da banda, formado por letras densas e maduras. “Um mergulho para dentro de si”, define Pedro, vocalista do Lagum.

Lançado nesta sexta-feira (14/4), o novo projeto conta com 14 faixas e consiste em um álbum visual, ou seja, acompanhado por videoclipes individuais para cada música ou um longa-metragem. Além disso, não possui feats, o que reforça o caráter introspectivo e pessoal do projeto. Esse também é o primeiro álbum sem baterista, devido à morte do Tio Wilson em 2020, baterista da banda, por isso, são usados samples de bateria — trechos sonoros antigos encaixados na música em construção.

Confira:

Há declamações, novos instrumentos, samples e aumento do grave nas faixas. Habite-se, por exemplo, é considerada por eles a mãe do disco e foi inspirada em uma placa escrita “habite-se” pela qual eles passavam todos os dias no caminho para a produtora e os deixava reflexivos. Para Ou não, Pedro, o vocalista, ficou no carro ligado com ar condicionado respirando pela boca para transparecer rouquidão enquanto cantava.

O título do álbum não é por acaso. A escolha resulta de diversas situações profissionais e pessoais enfrentadas pelo grupo, entre eles, o fim de uma formação com a perda do baterista e os fins de outros relacionamentos de cada um. No entanto, o grupo afirma que o enfoque do álbum não é esse, mas o que vem em seguida: “O depois do fim como um recomeço”.

“O fim está muito presente na vida das pessoas e é muitas vezes temido [...], a gente quer que essas reflexões toquem as pessoas pelos fins que estavam vivendo”, comenta Jorge, guitarrista da banda. A proposta consiste em tocar os ouvintes e transmitir as sensações que eles precisam para enfrentar fases difíceis.

Não é um álbum feito para o TikTok ou para “vender ingressos”, expressão utilizada por Pedro, mas algo para acolher e ajudar o público. “Um álbum de cura para mim, de cura para nós e acredito que será um álbum de cura para quem estiver com a cabeça aberta para receber”, explica.

Em março, Lagum lançou o EP (Live Session) FIM, que introduziu ao público o novo ciclo que viria com o álbum. Formado por três músicas — Ponto de vista, Me esquece e Foi mal — o trabalho foi feito sem cortes, o que permite mais destaque para os detalhes e torna mais natural a gravação. Essa técnica também se manteve para o novo álbum, com direção criativa de Celina Barbi. Nele, Ponto de vista e Olha bela são as únicas faixas não inéditas.

A produção é resultado de uma imersão do grupo em Campinas por dois meses, o que permitiu que se entendessem melhor e produzissem um álbum que refletisse essa fase mais madura. Por todo os eventos envolvidos no processo de produção, eles consideram Depois do fim o álbum mais especial e importante da carreira.

No último ano, 2022, a banda mineira de pop, rock e reggae foi indicada ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa. Em 2020, 2021 e 2022 venceu a categoria Grupo do Ano, Prêmio Multishow de Música Brasileira.

Entre elas, as favoritas de cada um são: Habite-se (Jorge), Nem Vi Que O Tempo Voou (Chico), Coisa Boa (Pedro), Ou Não (Zani).

*Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel 

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