Um dos protagonistas do filme Nosso lar 2 — sucessão do cinema neste início de ano —, Mouhamed Harfouch festeja 30 anos de carreira com projetos também na tevê e no streaming. O ator de 46 anos também está no elenco da elogiada série Betinho, no fio da navala, no Globoplay, onde dá vida a ninguém menos que Chico Buarque. "Ele foi muito gentil e brincalhão! Tirou uma foto comigo e disse: 'Olha lá o que você vai fazer comigo, Mouhamed!'", contou ele, aos risos, ao Correio, sobre a reação do ícone da MPB.
Ainda este ano, Harfouch poderá ser visto na segunda temporada do sucesso Rensga Hits, também do Globoplay, como o compositor Isaías. Em ambas produções, o ator e cantor — também formado em direito — abraça outra paixão, que também é um talento seu: a música. "Acho que, na minha vida, elas (a atuação e a música) sempre caminharam juntas, mas em paralelo. A diferença é que, hoje, elas realmente se complementam e de forma cada vez mais harmônica", afirmou Mouhamed.
O carioca ficou em quinto lugar da segunda temporada do talent show Popstar (2018) e, no ano seguinte, lançou o primeiro clipe, da música Volta, de sua autoria. Na tevê, atuando, Mouhamed estreou em Pé na jaca (2007). Após sucessos como Cordel encantado (2011) e as vencedoras do Emmy internacional Verdades secretas (2015), Malhação — Viva a diferença (2017) e Órfãos da terra (2019), esteve recentemente em Amor perfeito (2023). "Acho que sou pé quente!", brincou.
Confira a entrevista!
ENTREVISTA
A expectativa é grande para a continuação de Rensga Hits. O que dá para adiantar?
Sim! Rensga é uma série que fala do protagonismo feminino no universo sertanejo. Fala de música, de amor, de diversidade, de amizade e de sonho! A série conquistou público e crítica e sei que a sequência é super aguardada tanto pelos fãs como por nós artistas. E o que posso garantir é que vai ter muita sofrência, muitas reviravoltas, novos personagens e claro, muitos hits!
Como foi a experiência de interpretar Chico Buarque em Betinho? Passou pela sua cabeça um dia defender esse papel e ainda de uma personalidade viva e tão marcante?
Chico é um ícone, um dos maiores artistas do nosso país. Um artista plural e dono de uma obra que encanta o coração de gerações e gerações de brasileiros, ou seja, um desafio monstruoso. Nunca me passou pela cabeça um dia interpretar Chico. Mas lembro da alegria que foi aceitar esse convite! Não era previsto cantar e tocar Brejo da Cruz na série. Isso iria passar em imagens do próprio Chico, até que o Júlio Andrade (intérprete de Betinho e diretor da série) me perguntou: "Mouhamed, você toca e canta né? Topa cantar e tocar Brejo da Cruz?" Isso me pegou de surpresa… "Será?" E assim foi! Aceitei o desafio e acabou sendo das partes que mais gosto quando vejo o meu Chico na série. Foi um desafio lindo e inesquecível!
Houve alguma troca com o Chico para a composição do personagem?
Sempre fui fascinado pelo Chico e acabei tendo contato com ele no camarim do seu show Que tala um samba, no Rio, assim que soube que iria interpretá-lo. Gelei! Só lembro que ele foi muito gentil e brincalhão! Tirou uma foto comigo e disse: "Olha lá o que você vai fazer comigo, Mouhamed!" (Risos)
Na ficção, nesses últimos trabalhos no streaming, a música tem estado presente. E na vida real, como você concilia a música com a atuação?
Acho que minha vida elas sempre caminharam juntas, mas em paralelo. A diferença é que, hoje, elas realmente se complementam e de forma cada vez mais harmônica. Isso é fruto de muito trabalho e reconhecimento.
Como tem sido a recepção do público em relação ao filme Nosso lar 2?
Um fenômeno! Fomos a sexta maior abertura da história do cinema nacional. Estamos para atingir uma marca de dois milhões de espectadores! São números muito importantes porque representam uma fase de retomada do cinema nacional no pós pandemia. Eu confesso que só tinha experimentado esta popularidade com meus personagens na TV. Hoje me para no mercado e gritam: Fala Isidoro! Muitas pessoas pedem foto para falar de Nosso lar 2 e de como o filme as impactou. É impressionante, e não poderia estarmos mais felizes!
Você esteve no elenco de três produções ganhadoras do Emmy Internacional. Como foi para você?
Eu acho que sou pé quente! (risos) Na verdade, enquanto fazemos um trabalho, não temos ideia de como será recebido. Investimos nosso amor e é um salto no escuro. Tive sorte de estar em trabalhos que foram felizes e muito bem sucedidos, e claro que é uma satisfação enorme poder colher frutos como o Emmy, mas esse é um sucesso construído por muitas mãos, um sucesso de coletivos que tiveram alquimias felizes.
Completar 30 anos de carreira não é qualquer coisa. Qual é o balanço que você faz dessa trajetória?
Um satisfação e uma alegria por continuar na estrada, mas certo dos caminhos que abri e das tantas oportunidades que tive para construir o artista que sou hoje. Procurei agarrar com afinco todas elas, das maiores às menores participações. Soube envergar com os nãos, mas nunca quebrei. Perseverar faz parte do ofício. Gosto do processo, gosto do caminho, não quero pensar em chegadas. Sigo em frente e sou feliz e grato quando olho para trás.
O que espera dos próximos 30 anos?
Sempre acredito que o melhor está por vir! Tem muita história boa pra contar! Vamos em frente, um dia de cada vez, mas sempre com olhar no horizonte!
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