
Karol G não está disposta a se moldar às expectativas de ninguém. Em entrevista à revista Variety, a estrela colombiana falou abertamente sobre as reações ao seu mais recente lançamento, o álbum Tropicoqueta, que estreou na última sexta-feira e já está dando o que falar.
O ponto central das críticas? O single “Latina Foreva”, no qual a artista aparece cantando versos que exaltam o corpo feminino, ao mesmo tempo em que ostenta um figurino ousado em cenas à beira da piscina.
“Sabia que nos ver de biquíni e ouvir eu cantando sobre peitos e bundas iria gerar discussão”, afirma Karol, com a serenidade de quem conhece o próprio terreno. “Mas esse álbum tem tudo: tem faixas profundas, emocionantes, que tocam a alma. E também tem momentos divertidos. Às vezes, são picantes, porque nós, latinas, somos tudo. Por que não podemos ser tudo?”
Com um discurso direto, Karol rebate as acusações de que estaria sexualizando o corpo da mulher latino-americana de forma excessiva. Para ela, essa visão é limitada e pouco condizente com o que propõe artisticamente: autenticidade, complexidade e liberdade.
Desde que explodiu no cenário latino com hits como “Tusa” e “Bichota”, Karol G tem se mostrado uma figura multifacetada. O sucesso de Tropicoqueta só reforça sua habilidade em transitar entre o pop, o reggaeton, o rap e até elementos de funk brasileiro como em sua colaboração com a dupla Tropkillaz. E se o álbum causou ruído, Karol encara isso como um sinal de que sua arte está tocando onde precisa.
“Tenho plena consciência de que hoje mais pessoas me assistem, e isso muda a responsabilidade”, disse à Variety. “Mas sei que nem todo mundo vai gostar de mim, e está tudo bem. Estou seguindo meu coração e é isso o que você vai encontrar nesse disco.”
Mais do que respostas afiadas, Karol deixa claro que suas decisões criativas são reflexo de uma identidade em constante evolução, que se recusa a caber em rótulos. O resultado é um trabalho que, mesmo enfrentando resistência, continua a ocupar espaço e levantar debates importantes sobre feminilidade, expressão cultural e autonomia.
Karol G: Orgulho latino com atitude
É impossível ignorar o impacto cultural de uma artista como Karol G. Ao invés de recuar diante da polêmica, ela transforma a crítica em combustível. “Latina Foreva” pode até ter dividido opiniões, mas evidencia algo que não pode ser questionado: o direito de uma mulher latina, famosa ou não, se expressar com liberdade — seja falando de amor, luta, desejo ou empoderamento.
Com Tropicoqueta, Karol G dá um passo à frente não apenas na música, mas também na forma como artistas latinos podem se afirmar sem pedir licença. E, pelo visto, ela está só começando.