
A voz de uma geração volta a ecoar com força: o Evanescence está oficialmente em estúdio, preparando um novo álbum para o início de 2026. A revelação foi feita por Amy Lee, vocalista e alma da banda, em entrevista à rádio americana WDHA-FM. Segundo ela, o grupo vive um momento criativo intenso e quer romper com o modelo tradicional de lançamento, optando por uma estratégia mais fluida e próxima dos fãs.
“Não quero esperar o disco inteiro ficar pronto para mostrar tudo. Quero soltar faixas ao longo do caminho, mantendo o público engajado e a energia circulando”, explicou Amy. A ideia resgata a experiência vivida durante a pandemia, quando o grupo lançou singles em sequência antes de finalizar The Bitter Truth (2021), uma estratégia que, segundo a cantora, fortaleceu o vínculo com os fãs.
Enquanto compõe novas músicas, o Evanescence mantém uma rotina de agenda lotada e colaborações estratégicas. Um dos momentos mais aguardados será a apresentação conjunta com o My Chemical Romance em setembro, seguida por uma turnê de estádios com o Metallica na Austrália, marcada para outubro. A banda também chamou atenção recentemente com o single “Fight Like A Girl”, em parceria com K.Flay, parte da trilha do longa Ballerina, lançado em junho.
Outra amostra do fôlego renovado veio com Afterlife, música que integra a trilha da série animada Devil May Cry, da Netflix. O single rapidamente acumulou milhões de reproduções e se tornou o lançamento mais veloz da carreira da banda, com produção assinada por Nick Raskulinecz e Alex Seaver.
Mais de duas décadas após explodirem com Fallen (2003), disco que redefiniu o rock dos anos 2000 com faixas como Bring Me to Life e My Immortal, o Evanescence segue relevante e conectado com uma nova geração. O álbum de estreia ultrapassou a marca de 17 milhões de cópias vendidas e rendeu Grammys, além de garantir à banda o status de ícone global.
Hoje formado por Amy Lee, Tim McCord, Will Hunt, Troy McLawhorn e Emma Anzai, o grupo mostra que o tempo só aprimorou sua essência. Prova disso foi o show histórico no Allianz Parque, em São Paulo, que reuniu 40 mil fãs — o maior público da trajetória do Evanescence até aqui.
Como Amy Lee, do Evanescence, enfrentou a perda de dois irmãos
Amy Lee é vocalista do Evanescence e emocionou o público ao longo dos anos com hits como My Immortal e Bring Me to Life. Contudo, por trás da voz poderosa e das letras tocantes, está uma artista que enfrentou perdas profundas em sua vida pessoal. A cantora lidou com a dor de perder dois irmãos.
A primeira tragédia aconteceu em 1988, quando sua irmã mais nova, Bonnie, faleceu com apenas dois anos de idade, vítima de uma doença desconhecida. Em uma entrevista rara, concedida em 2004, a cantora relembrou o impacto dessa perda em sua vida: “Foi um momento que mudou toda a minha percepção do mundo. A música se tornou minha forma de cura”, disse à revista Blender.
A morte de Bonnie inspirou canções profundas como Hello, do álbum Fallen, e Like You, de The Open Door. Anos depois, em 2018, Amy enfrentaria uma nova dor com a perda de seu irmão Robbie, que faleceu aos 24 anos após uma longa batalha contra a epilepsia. Diante dessa segunda tragédia, a cantora optou pelo silêncio durante um período, processando a dor em particular.
Em uma entrevista de 2020, ela abordou brevemente o impacto da perda: “Desta vez foi mais sobre amor e dor. Perder meu irmão me fez refletir profundamente sobre a vida e como carregamos aqueles que amamos dentro de nós.” Robbie foi lembrado por Amy na faixa Far from Heaven, do álbum The Bitter Truth, lançado em 2021, consolidando sua música como uma forma de tributo e conexão com os entes queridos que se foram.
Além de enfrentar as perdas familiares, Amy Lee também falou abertamente sobre suas lutas com a saúde mental, especialmente durante o período de isolamento social provocado pela pandemia de COVID-19. A ansiedade foi um desafio constante para a cantora, que admitiu se sentir confusa e vulnerável diante das incertezas daquele período.