
A cantora Charli XCX foi uma das atrações de destaque no festival Glastonbury 2025, realizado no último sábado (28). Apresentando sua nova fase artística da era “BRAT”, ela subiu ao palco com uma proposta ousada e minimalista: sem banda, sem dançarinos, apenas ela, backing tracks e autotune — o que não agradou a todos.
Parte do público e críticos mais conservadores criticaram a apresentação da artista, alegando que o uso de autotune e a ausência de uma banda “de verdade” descaracterizariam o show como música ao vivo autêntica. Alguns foram mais duros, chamando a performance de “fraude” e alegando que aquilo “não é arte de verdade”.
Charli, no entanto, não deixou passar em branco. Conhecida por sua postura irreverente, ela respondeu às críticas de maneira bem-humorada e provocadora nas redes sociais. “Estou adorando esses comentários vibe boomers sobre meu show no Glastonbury. Para mim, é super fascinante”, escreveu, em tom de ironia.
A artista britânica foi além e transformou as críticas em combustível para levantar um debate mais amplo sobre os conceitos tradicionais de performance e autenticidade musical. Segundo ela, a ideia de que a presença de uma banda e o canto sem efeitos sejam os únicos parâmetros válidos para a música ao vivo é ultrapassada.
“Se a ideia de cantar usando autotune deliberadamente faz de você uma ‘fraude’, ou se não ter uma banda tradicional te desqualifica como artista de verdade… esses comentários são os mais entediantes possíveis. Me dão sono”, comentou Charli.
Ainda que mantenha o tom sarcástico, a cantora reconhece que a polêmica pode abrir espaço para reflexões importantes: “Honestamente, eu gosto desse tipo de discurso. Na minha opinião, arte provoca controvérsia e confronto. E isso geralmente resulta em uma cultura muito mais interessante do que simplesmente aceitar tudo com facilidade.”
Charli XCX: Glastonbury 2025 marca novo momento na carreira
A apresentação fez parte da divulgação do álbum “BRAT”, lançado em junho, que vem sendo amplamente discutido na crítica e nas redes sociais por seu som experimental e visual provocativo. Sem músicos ou grandes aparatos técnicos, Charli optou por uma performance crua, com estética industrial, luzes estroboscópicas e movimentos intensos — traduzindo em palco a essência de sua nova era.
Enquanto divide opiniões, a cantora reafirma sua posição como uma das vozes mais influentes da música pop contemporânea, desafiando padrões e propondo novos caminhos para a performance ao vivo no universo do K-Pop alternativo, hiperpop e eletrônico experimental.
Com mais de uma década de carreira e acostumada a reinventar-se, Charli XCX prova que, mesmo em meio a críticas, provocar é parte do seu show e da arte.