
Charli XCX não se calou. Após sua apresentação no Glastonbury no sábado (28), a cantora britânica de 32 anos usou as redes sociais no domingo (29) para rebater as críticas sobre o uso de autotune em suas performances — e fez isso com a sagacidade que marca sua nova era, Brat.
Em publicação no X (antigo Twitter), Charli reagiu aos comentários que questionavam a autenticidade de sua performance por conta dos efeitos vocais aplicados ao vivo. “A ideia de que cantar com autotune deliberado faz de você uma fraude ou que não ter uma banda tradicional significa que você não é um ‘artista de verdade’ é tipo, a opinião mais chata de todas. Desculpe, caí no sono com isso”, disparou.
A resposta veio carregada de ironia, mas também de uma posição clara sobre a estética que defende. “A melhor arte é aquela que divide e confronta, e muitas vezes evolui para uma cultura verdadeiramente interessante, em vez de ser algo meio ok, fácil de entender e meio esquecível”, escreveu, selando sua defesa em torno do conceito por trás de Brat.
Desde que lançou o álbum em junho, Charli tem explorado sonoridades que dialogam com o universo do disco club, misturando sintetizadores, batidas cruas e efeitos vocais carregados — incluindo o autotune como recurso estilístico e não apenas técnico. A estética futurista e provocadora do projeto não busca consenso: ela incomoda, justamente porque tem personalidade.
Mais do que se justificar, Charli aproveitou o momento para reforçar sua identidade como artista pop experimental. Em um cenário onde muitos buscam agradar, ela escolhe tensionar. E se há barulho, talvez seja porque está dizendo algo relevante.
Charli xcx sinaliza fim da era brat e traz de volta capas clássicas
Na última terça-feira (01), a cantora britânica Charli xcx atendeu ao pedido de milhares de fãs e restaurou as capas originais de seus álbuns de estúdio. O retorno do material visual ocorre após mais de um ano desde que as artes haviam sido modificadas. Na ocasião, Charli havia removido todos os ensaios fotográficos presentes nas capas e uniformizado os projetos visuais, mantendo apenas o nome dos álbuns, a cor predominante e a fonte utilizada no álbum brat (2024).
Nos últimos shows, a cantora de “Von Dutch” vem deixando pistas de que a era brat está se aproximando do fim. Durante sua apresentação no Festival Glastonbury, no último sábado (28), Charli surpreendeu o público ao incendiar a cortina que simboliza visualmente o álbum. Desde o lançamento, a artista alterou diversas vezes a capa do disco — que já apareceu com efeitos de ferrugem, teve o título substituído por “forever” com um coração ao lado, e só recentemente retornou ao visual original, após a performance no Glastonbury.
Entre os fãs, especula-se que o encerramento da era brat deve ocorrer após a estreia do longa-metragem “The Moment”, produção da A24 com ideia original da própria Charli xcx. O filme marcará a segunda incursão da cantora no audiovisual neste ano. Em 2025 ela participou da série Overcompensating, da Amazon Prime Video.
Charli xcx e a “Apple Dance”
Durante a era brat, Charli xcx iniciou um verdadeiro fenômeno cultural ao incluir nos shows a performance da faixa “Apple” — que viralizou amplamente na plataforma TikTok. A coreografia da música rapidamente se tornou um marco entre os fãs e ganhou força com a adesão de diversos artistas, que também reproduziram a dança durante suas aparições nos shows da cantora.
Entre os nomes que participaram do momento estão Chappell Roan, Gracie Abrams e Troye Sivan. Na última quarta-feira (02), durante o Festival Roskilde, na Dinamarca, foi a vez do cantor e compositor norte-americano Conan Gray se juntar à febre da “Apple Dance”, reforçando ainda mais o impacto cultural da atual fase de Charli.