
Lizzo, 37, falou pela primeira vez de forma aberta e comovente sobre o abalo emocional que enfrentou após ser processada por três ex-dançarinas que a acusaram de assédio sexual e constrangimento por conta de seu corpo. Em entrevista à Women’s Health US, a artista admitiu ter mergulhado em um período sombrio de paranoia, solidão e perda de identidade.
“Me afastei de todo mundo. Nem com minha terapeuta eu falava mais. Eu não estava presente, não era mais eu mesma. Cheguei a pensar: ‘Já cansei de viver?’”, contou a estrela, que sempre negou as acusações e está atualmente envolvida na defesa judicial do caso.
Segundo Lizzo, a crise abalou até os pequenos rituais do dia a dia. “Antes, eu chegava na sala de maquiagem e contava uma história engraçada. De repente, fiquei em silêncio. Comecei a duvidar de cada pessoa e cada memória. Tudo parecia falso. Me senti odiada.”
O momento de virada veio quando decidiu sair do isolamento para assistir à Renaissance Tour, de Beyoncé. A experiência foi libertadora: “Achei que ia ser vaiada, mas fui recebida com carinho. Isso me fez pensar: ‘Talvez eu não queira morrer. Talvez a vida ainda valha a pena’”, revelou.
A artista também compartilhou que o episódio marcou o recomeço de sua recuperação emocional. “Foi o empurrão que eu precisava para dizer: ‘Ok, Melissa, se mexe e pega sua vida de volta’”, disse, referindo-se a si mesma pelo nome de batismo, Melissa Viviane Jefferson.
Mesmo sem dar detalhes sobre o andamento do processo, Lizzo deixou claro que está focada em reconstruir sua saúde mental e sua relação com o público. “Passei muito tempo sozinha. Hoje, só quero voltar a me sentir inteira.”
Lizzo renasce no rap e transforma dor em arte com nova mixtape
Depois de um período de silêncio criativo marcado por angústias e inseguranças, Lizzo retorna com força total e sem papas na língua. Em entrevista à Rolling Stone, a cantora de 37 anos revelou como a música foi seu refúgio durante batalhas internas, e como o processo de criação de sua nova mixtape, My Face Hurts From Smiling, a ajudou a reencontrar a si mesma — mais livre, ousada e autêntica do que nunca.
“Teve um tempo em que levantar da cama parecia impossível, mas ir ao estúdio era minha única motivação”, contou Lizzo, relembrando os bastidores do ainda inédito Love in Real Life, previsto para 2025. “A música, de verdade, salvou minha vida.”
Apesar de momentos intensos de vulnerabilidade, Lizzo encontrou na mixtape lançada em 27 de junho um novo território criativo onde pôde dizer tudo o que quis — sem censura, sem medo de julgamento. O projeto, com participações de peso como Doja Cat e SZA, marca sua estreia no rap cru, debochado e catártico. “Essa sou eu, sem filtro. Eu teria medo de dizer essas coisas em músicas como ‘Juice’ ou ‘About Damn Time’. Agora? Não mais.”
Segundo a artista, a liberdade de expressão que ela abraça hoje é fruto de uma trajetória recheada de críticas e cancelamentos públicos. “Já disseram de tudo sobre mim. E quer saber? Não tem mais nada que possam dizer que me abale. Eu sobrevivi a isso.”
Durante anos, Lizzo viveu sob o peso de agradar a todos, receosa de ofender até mesmo com frases banais. Agora, essa preocupação deu lugar à coragem. “Hoje eu entendo que sempre vai ter alguém ofendido. Então, prefiro ser honesta. Só diga o que você quer dizer.”
No Instagram, Lizzo já havia antecipado a nova era com entusiasmo. Mas foi na entrevista que ela abriu o coração, revelando o impacto positivo de abraçar sua arte sem limites. “Me sinto uma nova mulher. Aprendi a confiar mais em mim, nas minhas ideias. Agora sei: preciso criar o tempo todo. É isso que me mantém viva.”
Lizzo conta como se sentiu em meio a processo de assédio sexual
Nesta terça-feira (1), Lizzo se abriu sobre um momento sombrio em sua vida, em uma entrevista para a matéria de capa da Women’s Health.
Segundo a People, a cantora contou sobre se sentir “muito paranoica e isolada” após enfrentar processos de assédio e agressão sexual de suas ex-dançarinas em agosto de 2023.
“Fiquei muito paranoica e isolada“, disse Lizzo à publicação. “Eu costumava entrar no glam e pensar: ‘Ah, deixa eu te contar sobre essa m***a louca que aconteceu ontem à noite!’. Eu não aguentava mais.”
“Eu afastava todo mundo. Eu nem conversava com meu terapeuta. Eu não estava presente. Eu não estava aberta. Eu não era mais eu mesma.“, continuou.
“Chegou a um ponto em que eu pensei: ‘Eu posso morrer’. Nunca tentei me matar nem pensei nisso, mas pensei: ‘Se todo mundo te odeia e te acha uma pessoa horrível, então qual é o sentido?’“, disse ela ao veículo.
Depois de meses “consigo mesma por um longo tempo”, Lizzo compareceu à turnê Renaissance de Beyoncé, relembrou.
“Eu estava tão nervosa”, disse ela à publicação, pensando que as pessoas iriam “me vaiar ou dizer: ‘Dane-se’”.
“Isso me fez pensar: ‘Nossa, talvez eu não queira morrer’”, disse Lizzo ao lembrar que recebeu apoio. “A vida vale a pena ser vivida. Esse foi o pontapé inicial para eu dizer: ‘Ok, Melissa, mexa-se e retome a sua vida de volta.’”
Vale lembrar que três das ex-dançarinas de Lizzo, Crystal Williams, Arianna Davis e Noelle Rodriguez, a processaram por suposto assédio sexual e racial e ambiente de trabalho hostil em agosto de 2023, segundo documentos judiciais obtidos pela revista People.
Elas alegaram que a companhia de turnê Big Grrrl de Lizzo “tratava as integrantes negras da equipe de dança de forma diferente das demais“. Em uma publicação no Instagram, Lizzo negou essas alegações.
Vale destacar que no mês passado, a cantora recorreu para anular uma decisão de 2024 que permitiu que o processo movido por suas dançarinas de apoio prosseguisse, classificando-o como um “ataque” ao seu “direito da Primeira Emenda de apresentar sua música e defender a positividade corporal”, segundo a Billboard.
De acordo com a publicação, as alegações, incluindo uma em que Lizzo teria feito “fat-shaming” com uma de suas dançarinas, foram rejeitadas. No entanto, o caso como um todo foi autorizado a prosseguir.
O advogado das dançarinas, Rob Zambrano, afirmou em um comunicado que o juiz rejeitou as alegações relacionadas ao “encontro em que Arianna foi vítima de fat shaming, à sessão de fotos nua e às dançarinas sendo forçadas a ficar em ‘espera’ enquanto não estavam em turnê”.
“No entanto, todas as outras alegações permanecem, incluindo discriminação sexual, religiosa e racial, assédio sexual, as visitas humilhantes ao Bananenbar em Amsterdã e ao Crazy Horse em Paris, cárcere privado e agressão”, acrescentou.
Lizzo fala sobre perda de peso e abandono do veganismo
A cantora Lizzo participou do podcast Just Trish, apresentado pela influencer Trisha Paytas. Durante a conversa, a dona do hit “Truth Hurts” falou sobre sua recente perda de peso e os métodos que utilizou para alcançar essa transformação. Ela destacou seu comprometimento e disciplina no processo:
“Eu sinto que trabalhei muito, muito mesmo, e fui muito intencional com o que fiz com o meu corpo (…) Então, quando recebo elogios… eu realmente aceito. Não levo isso de uma forma estranha, porque me esforcei pra isso.”
Questionada sobre o uso de Ozempic, medicamento associado ao emagrecimento, Lizzo foi direta ao dizer que já havia tentado diversos métodos. A artista também revelou que precisou trabalhar seu controle mental para reduzir a quantidade de comida no dia a dia:
“Eu já tentei de tudo (…) Pra mim, é uma questão de ciência. Calorias que entram versus calorias que saem. O Ozempic funciona porque você come menos — ele faz você se sentir satisfeito. Então, se você consegue fazer isso sozinho, com controle mental, é a mesma coisa!”