
Em uma entrevista franca com Zane Lowe, da Apple Music, Halsey abriu o coração sobre o hiato de novos lançamentos e a pressão que sente da indústria musical. “Não posso fazer um álbum agora. Não tenho permissão para isso. É a realidade”, afirmou a cantora de 30 anos, deixando claro que os números de seu último trabalho estão influenciando sua liberdade criativa.
O álbum The Great Impersonator, lançado em 25 de outubro de 2024, marcou o quinto disco de estúdio da artista. Apesar de estrear em segundo lugar na Billboard 200 e vender 100 mil cópias na primeira semana, Halsey revelou que a gravadora considerou o desempenho aquém do esperado.
“Para a maioria dos artistas, vender 100 mil cópias numa semana, sem contar música física, seria um sucesso. Mas, no meu caso, não alcançou os padrões que tive antes. E isso é difícil quando você já foi considerada uma estrela pop”, desabafou.
A cantora lembrou do sucesso de seu álbum Manic, que trouxe o hit “Without Me”, número 1 na Billboard Hot 100 e certificado seis vezes platina, e comparou com a recepção de The Great Impersonator. “Eles querem números do tipo Manic de mim, mas estou em um momento diferente da minha carreira”, explicou.
Mesmo com as dificuldades, Halsey comemorou sua turnê My Last Trick, que se tornou a mais vendida de sua carreira, passando por 32 cidades nos Estados Unidos entre maio e julho de 2025. Além disso, a artista se prepara para a turnê Back to Badlands, em Los Angeles, celebrando o 10º aniversário de seu álbum de estreia, Badlands.
A artista, que agora está contratada pela Columbia Records após deixar a Capitol Records em 2023, também aproveitou para agradecer aos fãs. “Eu os amo, Deus os abençoe. Eles são a razão de eu conseguir criar, vender álbuns experimentais e continuar fazendo música. Meu público é meu suporte”, declarou Halsey.
Halsey reflete sobre fama e carreira após 10 anos de Badlands
Ao completar uma década desde o lançamento de Badlands, seu primeiro álbum de estúdio, Halsey revisitou memórias, conquistas e também os dilemas de sua trajetória. Em entrevista a Zane Lowe, da Apple Music, a cantora abriu o coração sobre a relação com a fama, os desafios pessoais e o impacto de sua obra na música pop.
A artista norte-americana, hoje considerada uma das vozes mais marcantes de sua geração, reconheceu que a ascensão meteórica não foi fácil de lidar. “Eu não gostava de ser tão famosa”, admitiu, explicando que aquilo que um dia buscou acabou se tornando sufocante. O estrelato trouxe oportunidades e reconhecimento, mas também pressão e dificuldades ligadas à saúde mental, que ela não escondeu ter enfrentado.
Em sua fala, Halsey revelou um sentimento ambíguo em relação a Badlands. Durante anos, ela tentou se distanciar do projeto, considerando-o um reflexo de uma versão mais ingênua de si mesma. No entanto, ao revisitar o álbum no marco de seus dez anos, encontrou uma nova perspectiva.
Ela destacou que, apesar da juventude e da falta de experiência, a obra nasceu de uma coragem espontânea e de uma ousadia que dificilmente conseguiria recriar hoje. “É um trabalho tão amado por mim. Foi feito com uma coragem descarada e ingênua que, de certa forma, me orgulho de não ter perdido completamente”, declarou.
O reencontro com esse capítulo de sua história acontece justamente no momento em que Halsey se prepara para a turnê “Back to Badlands”, que promete revisitar não apenas músicas icônicas do álbum, mas também a essência artística que conquistou milhares de fãs ao redor do mundo.
Outro ponto abordado pela cantora foi o período de afastamento de dois anos da música. Halsey contou que a pausa, motivada por questões de saúde e escolhas pessoais, a obrigou a se reconectar consigo mesma e a encarar um público que já estava mudando. “Voltei e encontrei uma nova geração que não sabia quem eu era”, comentou.
Mesmo com os obstáculos, Halsey não deixou de experimentar e arriscar. Seu álbum mais recente, If I Can’t Have Love, I Want Power, foi descrito por ela como uma verdadeira “obra-prima”, embora tenha provocado consequências inesperadas: sua demissão da gravadora. Para a artista, o episódio é um retrato claro das prioridades da indústria atual, onde métricas e números se sobrepõem à autenticidade artística.
“Meu trabalho pode ser considerado um sucesso dentro do experimental, mas ainda é tratado como um fracasso quando comparado ao que a indústria espera de um popstar”, desabafou.