
Halsey abriu o coração em entrevista recente ao radialista Zane Lowe e revelou que enfrenta dificuldades com sua gravadora, que teria barrado o lançamento de um novo álbum. A cantora não poupou críticas e questionou as expectativas irreais da indústria em relação ao seu trabalho.
Segundo a artista, o desempenho do álbum “The Great Impersonator” (2024) não agradou à gravadora, mesmo com resultados sólidos. “Não posso fazer um álbum agora, não tenho permissão para isso […]. O disco vendeu 100 mil cópias na primeira semana, o que é ótimo, ainda mais para alguém sem um hit recente. Minha turnê atual é a que mais vendeu em toda a minha carreira, mas eles querem os números do ‘Manic’. Não dá para manter isso sempre, deveria ser suficiente fazer de forma espaçada”, declarou Halsey.
A cantora também comentou sobre a constante comparação com outras estrelas pop, como Ariana Grande e Taylor Swift, um ponto que, segundo ela, gera frustração. “Alguns anos atrás, eu e Ariana estávamos disputando o topo da Billboard. Foi incrível, trocávamos mensagens e nos apoiávamos. Mas quando meu álbum vende 100 mil cópias na primeira semana, sem apoio das rádios, a reação é: ‘Por que ela não está fazendo números como os da Taylor Swift?’… Tá de brincadeira comigo?! É um álbum conceitual, experimental, que fala sobre momentos em que quase morri. Não vou alcançar esses números, mas fui bem, foram números fortes”, afirmou.
Halsey reflete sobre fama e carreira após 10 anos de Badlands
Ao completar uma década desde o lançamento de Badlands, seu primeiro álbum de estúdio, Halsey revisitou memórias, conquistas e também os dilemas de sua trajetória. Em entrevista a Zane Lowe, da Apple Music, a cantora abriu o coração sobre a relação com a fama, os desafios pessoais e o impacto de sua obra na música pop.
A artista norte-americana, hoje considerada uma das vozes mais marcantes de sua geração, reconheceu que a ascensão meteórica não foi fácil de lidar. “Eu não gostava de ser tão famosa”, admitiu, explicando que aquilo que um dia buscou acabou se tornando sufocante. O estrelato trouxe oportunidades e reconhecimento, mas também pressão e dificuldades ligadas à saúde mental, que ela não escondeu ter enfrentado.
Em sua fala, Halsey revelou um sentimento ambíguo em relação a Badlands. Durante anos, ela tentou se distanciar do projeto, considerando-o um reflexo de uma versão mais ingênua de si mesma. No entanto, ao revisitar o álbum no marco de seus dez anos, encontrou uma nova perspectiva.
Ela destacou que, apesar da juventude e da falta de experiência, a obra nasceu de uma coragem espontânea e de uma ousadia que dificilmente conseguiria recriar hoje. “É um trabalho tão amado por mim. Foi feito com uma coragem descarada e ingênua que, de certa forma, me orgulho de não ter perdido completamente”, declarou.
O reencontro com esse capítulo de sua história acontece justamente no momento em que Halsey se prepara para a turnê “Back to Badlands”, que promete revisitar não apenas músicas icônicas do álbum, mas também a essência artística que conquistou milhares de fãs ao redor do mundo.
Outro ponto abordado pela cantora foi o período de afastamento de dois anos da música. Halsey contou que a pausa, motivada por questões de saúde e escolhas pessoais, a obrigou a se reconectar consigo mesma e a encarar um público que já estava mudando. “Voltei e encontrei uma nova geração que não sabia quem eu era”, comentou.
Mesmo com os obstáculos, Halsey não deixou de experimentar e arriscar. Seu álbum mais recente, If I Can’t Have Love, I Want Power, foi descrito por ela como uma verdadeira “obra-prima”, embora tenha provocado consequências inesperadas: sua demissão da gravadora. Para a artista, o episódio é um retrato claro das prioridades da indústria atual, onde métricas e números se sobrepõem à autenticidade artística.
“Meu trabalho pode ser considerado um sucesso dentro do experimental, mas ainda é tratado como um fracasso quando comparado ao que a indústria espera de um popstar”, desabafou.