
Em mais de uma década de transformações musicais e visuais, Miley Cyrus construiu uma discografia marcada por reinvenções. Mas, para a própria cantora, apenas dois de seus álbuns merecem o título de mais importantes: Bangerz (2013) e Miley Cyrus & Her Dead Petz (2015).
Em entrevista à Vogue francesa, a artista explicou por que essas obras têm um peso tão particular em sua trajetória. “Minha banda favorita desde o ensino fundamental participou desse processo”, contou. “Esses dois discos confirmaram quem eu era artisticamente — e, principalmente, quem eu queria ser fora do personagem Hannah Montana. Foram meus primeiros trabalhos verdadeiramente livres da pressão de um rótulo ou de expectativas da Disney.”
A era “Bangerz”: ruptura e polêmica
Lançado em 2013, Bangerz marcou o rompimento definitivo de Miley com a imagem de ídolo adolescente. O álbum trouxe hits como We Can’t Stop, Adore You e o icônico Wrecking Ball, que a eternizou em um dos clipes mais comentados da cultura pop.
Além da sonoridade voltada ao pop urbano, o projeto flertou com o rap e o hip-hop, reunindo nomes como Future, Big Sean, Ludacris e até Britney Spears. A fase foi cercada por controvérsias — de figurinos provocantes a performances carregadas de simbolismo sexual —, mas também consolidou Miley como uma das artistas mais imprevisíveis da década.
“Dead Petz”: o mergulho na psicodelia
Dois anos depois, a cantora deu um passo ainda mais ousado com Miley Cyrus & Her Dead Petz, um trabalho experimental feito em parceria com Wayne Coyne, líder da banda The Flaming Lips. A gravadora RCA, insatisfeita com o resultado, recusou-se a lançar o projeto. Miley então decidiu bancá-lo sozinha, disponibilizando o disco gratuitamente na internet e realizando uma turnê intimista pela América do Norte.
O álbum dividiu opiniões, mas se tornou um símbolo de liberdade artística. “Foi a primeira vez que senti que criava sem pedir permissão”, disse Miley à revista.
Uma carreira de reinvenções
Desde 2007, a cantora lançou nove álbuns de estúdio — sem contar os discos da era Hannah Montana. O mais recente, Something Beautiful (2025), ganhou até uma versão para o cinema, reforçando sua versatilidade.
Miley Cyrus escreve “Secrets” como pedido de paz ao pai
Miley Cyrus abriu seu coração de forma profunda e sincera em sua nova faixa Secrets, lançada como bônus na versão deluxe de seu nono álbum de estúdio, Something Beautiful. Mais do que uma simples canção, a música nasceu como um gesto de reconciliação, uma verdadeira oferta de paz da cantora para o pai, Billy Ray Cyrus, após anos de distância e desentendimentos familiares.
O lançamento chegou na sexta-feira (19), acompanhado de um videoclipe repleto de simbolismos e de participações especiais de dois ícones do rock: Mick Fleetwood e Lindsey Buckingham, ex-integrantes do lendário Fleetwood Mac. Com eles, Miley construiu uma sonoridade que mistura melancolia e esperança, em uma das produções mais emotivas de sua carreira.
Em um post emocionante no Instagram, a artista compartilhou o significado por trás da música. “Esta canção foi escrita como uma oferta de paz para alguém que perdi por um tempo, mas que sempre amei. Na minha experiência, perdão e liberdade são a mesma coisa”, declarou. “Obrigada a Lindsey Buckingham e Mick Fleetwood por trazerem magia à música. Essa canção é para o meu pai.”
A relação entre Miley e Billy Ray passou por altos e baixos ao longo dos anos, especialmente após o divórcio de seus pais e as tensões públicas que se seguiram. No entanto, Secrets parece ser um ponto de virada. Em agosto, Billy Ray chegou a publicar um trecho da música em suas redes sociais, revelando que a faixa havia sido enviada como um presente de aniversário — um gesto que emocionou os fãs e reacendeu as esperanças de reconciliação entre pai e filha.
