Crítica // O último episódio ★★★
A época é a do mimeógrafo, da TV de tubo, do cortejar de mercadorias importadas e das dificultosas edições de fitas de videocassete. É nos anos 90, que o personagem de Matheus Sampaio, Erik, se inclina para o primeiro beijo, as desilusões amorosas e para o rever o passado triste, no Jardim Laguna mineiro, reanimado pelo forte vínculo das amizades.
Na conclusão de um desenho animado (o popular Caverna do Dragão), prometido numa fita inexistente, Erik deposita muito do futuro. E, se ele não existe, qual motivo impediria o protagonista de criá-lo? A premissa puxa o roteiro de Thiago Macêdo Correia ao lado de Maurílio Martins (diretor do filme), no qual Erik se esparrama na amizade junto aos deserdados Cassinho (Daniel Victor) e Cristão (Tatiana Costa), intermediado pela existência de uma filmadora e de muitas ideias na cabeça.
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Com animações de Wesley Rodrigues, a presença inspirada de Babí Amaral (como a diretora do colégio, Simone) e muito capricho no retrato de uma era o filme traz o tom legítimo de material (visual) caseiro e afetuoso. Incursões por improvisada Feira de Cultura (estudantil), pelo inflacionado mundo das remarcações de preços em supermercados e por revisões de sensíveis memórias garantem o interesse.
