
O inconfundível Djavan voltou a surpreender o público. O cantor e compositor lançou nesta terça-feira (11) o álbum “Improviso”, seu 26º trabalho de inéditas, reafirmando por que é uma das vozes mais inventivas da música brasileira. O disco traz 12 faixas inéditas e uma história curiosa que atravessa décadas — uma delas foi originalmente escrita para Michael Jackson.
A canção “Pra Sempre” nasceu em 1987, quando o lendário produtor Quincy Jones convidou Djavan para compor uma música para o álbum “Bad”, de Michael Jackson. As informações são do PapelPop.
“Demorei para mandar a música. Não sei… não levei muita fé (no convite). Mas quando enviei, ele já estava mixando o disco”, contou o artista, rindo da lembrança. A faixa acabou nunca chegando às mãos do rei do pop — mas, quase 40 anos depois, ganha vida em “Improviso”.
Outro destaque do álbum é “O Vento”, parceria com Ronaldo Bastos, originalmente gravada por Gal Costa no disco “Lua de Mel Como o Diabo Gosta” (1987). A nova versão chega como uma homenagem à amiga baiana, uma das intérpretes mais marcantes do repertório de Djavan.
Djavan celebra 50 anos de carreira com novo álbum
Em meio a uma celebração que toma conta dos palcos, teatros, redes sociais e vozes de diferentes gerações, Djavan vive um de seus momentos mais vibrantes. O cantor e compositor alagoano lança nesta terça-feira (11) o álbum “Improviso”, marcando meio século de carreira, e anuncia para 2026 a turnê comemorativa “Djavanear 50 anos. Só Sucessos”, que levará sua música a estádios e arenas por todo o país.
“É uma alegria. É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, e eu envolvido em tudo”, disse o artista, com a serenidade de quem entende o próprio tempo e a dimensão de sua obra. “Dá trabalho, mas é uma felicidade enorme.” A entrevista foi concedida ao portal Popline.
Um disco nascido do instinto
Produzido e arranjado pelo próprio cantor, o novo álbum reúne 11 faixas inéditas e uma regravação, em um projeto que reafirma a liberdade criativa de Djavan. Segundo ele, a inspiração veio de forma espontânea: “Comecei a compor três meses antes de entrar em estúdio. Foi rápido, e isso é uma dádiva depois de 50 anos de carreira.”
O nome do disco, explica, nasceu de uma contradição: “Chamar o álbum de Improviso é até engraçado, porque tudo foi feito com muito rigor e cronograma. Mas essa dualidade me atrai. É um disco que nasceu do impulso, mas dentro de uma ordem”, comentou, entre risos.
Essa tensão entre o acaso e o controle parece ser o eixo da obra e também da trajetória do músico. “Entrar em estúdio é meu momento mais feliz. É como mergulhar num universo lúdico que eu amo profundamente.”
Parcerias que resistem ao tempo
Cercado de músicos que o acompanham há décadas — entre eles Torcuato Mariano, Paulo Calasans e Marcelo Mariano —, Djavan fala com carinho sobre a cumplicidade que sustenta essa parceria. “Minha música é inusual, até para os músicos. Mas eles já têm um código comigo, entendem o que eu quero dizer sem precisar explicar muito. Isso é raro.”
O álbum também reserva homenagens. Djavan revisita “O Vento”, composta com Ronaldo Bastos e gravada por Gal Costa em 1987. “Gal foi a maior intérprete da minha obra. Gravou 13 músicas minhas. Quis homenageá-la e, finalmente, registrar essa canção na minha voz.”
Outra história curiosa envolve “Pra Sempre”, faixa escrita originalmente para Michael Jackson, a pedido do lendário produtor Quincy Jones. “Demorei pra enviar a música e perdi o timing. Agora, achei que era a hora de dar vida a ela, com letra e tudo.”
Entre gerações e novas linguagens
A convivência com filhos e netos também mantém o artista em sintonia com o presente. Três de seus netos — Gabriel, Bernardo e Inácio Viana — formaram a banda Trívia, que lança nesta sexta (14) o single “Cartas na Mesa”. Orgulhoso, Djavan acompanha de perto: “Eles são realmente musicais. O que digo a eles é: ouçam de tudo. Foi assim que eu aprendi.”
O diálogo com as novas gerações se estende às redes. Antes do lançamento do álbum, Djavan promoveu um desafio no TikTok, convidando o público a criar letras sobre a base de “Um Brinde”, faixa do disco. O resultado surpreendeu: “Descobri um Brasil muito musical. Ouvi vozes incríveis, talentos jovens. Isso me instiga e mostra que ainda estou na pista.”
