
Charli XCX não parece disposta a tirar o pé do acelerador depois do impacto global de BRAT, disco que lhe garantiu três Grammys e a reposicionou no topo da música pop. A cantora revelou nesta sexta (…), de forma inesperada, que seu próximo projeto já está pronto — e ele nasce de uma parceria direta com o cinema: Wuthering Heights, trilha sonora oficial do novo remake de O Morro dos Ventos Uivantes.
A produção, dirigida por Emerald Fennell (Saltburn), chega aos cinemas em 12 de fevereiro, com Margot Robbie e Jacob Elordi vivendo o casal atormentado do clássico de Emily Brontë. O álbum de Charli, por sua vez, desembarca nas plataformas no dia seguinte. A capa, já divulgada, acompanha a primeira faixa liberada: “Chains of Love”, uma aposta intensa e visceral que aponta o clima do projeto.
Segundo a própria artista, a iniciativa partiu dela — e começou com um telefonema.
“Liguei para a Emerald e perguntei o que ela imaginava. Ela sugeriu, de modo tímido, ‘Uma música?’. E eu respondi: ‘E se fosse um álbum inteiro?’”, relembra. “Queria mergulhar na persona da história, em um universo cru, selvagem, sexual, gótico, britânico e atormentado. Algo cheio de linguagem real — pontuação, frases, vísceras.”
A abordagem ousada não surpreende quem acompanhou a guinada de Charli no último ano. Em entrevista recente à Vanity Fair, ela admitiu a mudança de clima com a Atlantic Records.
“Costumava ser turbulento. Eles não gostavam que eu fosse meio vadia. Agora sabem que isso vende”, dispara, numa sinceridade que virou parte da estética BRAT.
O álbum lançado em 2024 transformou seu status dentro da indústria: foi nº1 no Reino Unido, entrou no Top 10 dos EUA e abriu caminho para shows lotados ao lado de nomes como Lorde e Addison Rae. Ela lembra que, antes disso, até temia dividir palco com Troye Sivan:
“Pensei que o público acharia ‘Quem é essa garota atrapalhando Rush?’”, diz. “E então tudo mudou.”
Charli xcx lança “Chains of Love” e revela bastidores da criação
A cantora Charli xcx apresentou ao público uma nova faixa. Intitulada “Chains of Love”, a canção integra a trilha sonora do filme inspirado no clássico Wuthering Heights, de Emily Brontë. A novidade representa o lançamento da segunda música do álbum planejado para acompanhar a adaptação audiovisual. Após disponibilizar a faixa, a artista publicou em suas redes sociais um texto no qual revelou detalhes do processo criativo por trás da composição.
Ao comentar o lançamento, Charli XCX explicou que “Chains of Love” surgiu apenas nos momentos finais de produção do projeto, compartilhando as sensações que acredita serem transmitidas pela música. Segundo ela:
“Essa foi uma das últimas músicas que terminei de escrever para este projeto. Era importante para nós que ela soasse como se estivesse à beira do colapso, mas ainda totalmente exuberante, suntuosa e orgástica. Me deixa meio sobrecarregada.”
Na continuidade do relato, a cantora descreveu como se deu a concepção da faixa, desenvolvida ao lado do produtor Finn Keane. A dupla trabalhou em Paris durante a fase de planejamento do disco, e Charli recordou as noites exaustivas no estúdio, além da forte conexão criativa que se intensificou ao longo das sessões de escrita e gravação. Ela detalhou:
“Finn e eu trabalhávamos no estúdio Rue Boyer, em Paris, durante a última semana de moda, e saíamos o tempo todo. Todas as noites terminavam às 6 da manhã, com a gente sentado no chão de algum apartamento parisiense com uma francesa aleatória falando sobre filosofia ou qualquer outra coisa.”
Para encerrar, Charli refletiu sobre como esses momentos de conversa após longas horas de criação assumiam um tom cinematográfico, onde os dois compartilharam um estado de exaustão que favoreceu uma produção mais instintiva e direta. Sobre essa percepção, ela declarou:
“Era cinematográfico e também ridículo. Estávamos delirantes e privados de sono, mas às vezes percebo que esse estado proporciona uma mentalidade quase infantil, que pode ser muito útil para escrever músicas de forma instintiva. Você abandona todo o medo e simplesmente se entrega de corpo e alma a uma melodia, uma ideia, um sentimento, não importa o quão estúpido ou perfeito isso acabe sendo.”
