Há oito anos, o artista Rodrigo de Almeida Cruz se dedica a investigar os limites e possibilidades da pintura. Faz parte dessa trajetória pensar numa maneira de pintar que leve para a tela, ao mesmo tempo, as percepções do mundo externo e interno. O resultado está na exposição Passagem, em cartaz na Galeria Index.
Com 20 obras produzidas entre 2017 e 2023, a mostra traz pinturas em pequeno formato, mas com superfícies preenchidas com muita materialidade e densidade. "Embora pequenas, jogam com a escala, parecem maiores pelo tanto de ação que tem ali", avisa o artista. Muitas das telas levaram entre quatro e cinco anos para serem realizadas, um tempo de maturação que se traduz nas muitas camadas tanto de matéria quanto de conceito. "Tem essa relação temporal com o fazer, que acaba sendo uma metáfora do título, que é passagem, do meu modo de trabalhar, que é essa construção lenta da camada de tintas", explica Rodrigo.
A maioria das pinturas não é figurativa, mas todas jogam com as possibilidades de representação, de imagem. "Uma imagem que é e não é ao mesmo tempo, uma sugestão, um segredo", sugere o artista. Apenas dois trabalhos da série são mais figurativos. São obras que dão uma dimensão mais ampla da pesquisa, mas Rodrigo não gosta muito de estabelecer fronteiras entre abstração e figuração como se fossem gêneros diferentes. "Afinal, o que quero afirmar, é que tudo é pintura, tudo vem do cotidiano, do dia dia, na tentativa de se conectar com o mundo", avisa o artista.
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