A relação de pais e filhos é profundamente explorada no cinema, mas a entre as madrastas e os enteados raramente ultrapassa a superficialidade. No drama francês Os filhos dos outros, a atriz Virginie Efira dá vida à personagem Rachel, professora de 40 anos que não tem filhos. O longa é focado na relação de Rachel com a filha de 4 anos do namorado, cuja a convivência desperta um sentimento de vazio e insegurança na protagonista.
A madrasta é um personagem secundário e malvisto na maior parte das obras, mas em O filho dos outros, os sentimentos de Rachel estão em evidência. Mesmo com traumas relacionados à maternidade, a professora se apega a uma criança que não é filha dela e que não existe um vínculo fraterno, o que deixa a relação entre elas fragilizada. Para a enteada, Rachel está ocupando um lugar que deveria ser da mãe e o sentimento de frustração com a estrutura familiar é evidente. Além de abordar a questão da posição da madrasta, o filme explora a feminilidade e a vulnerabilidade humana.
O filme foi dirigido por Rebecca Zlotowski e, entre os cinco longa-metragens da carreira da cineasta, esse é o mais intimista. A obra concorreu ao prêmio de Melhor Filme no Festival de Veneza de 2022 e Virginie Efira recebeu o prêmio de Melhor Atriz pelo papel de Rachel no César e no Lumière Awards 2023, duas das principais premiações francesas.
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