Crítica // Uma prova de coragem ★ ★
Preso ao passado, o personagem central deste drama assinado por Simon Cellan Jones é Michael (Mark Wahlberg), um atleta empenhado na derradeira chance de fazer bonito numa prova de corrida de aventura. Acoplando elementos de Nyad (o filme de nadadora que rendeu indicação ao Oscar para Annette Bening), o atleta terá cinco dias e 13 horas para completar um circuito de desempenho, junto a uma eclética equipe, por ele comandada, e que inclui: o inconformado Leo (Simu Liu); Olivia (Nathalie Emmanuel), no automático, diante de particular situação de saúde do pai, um ex-atleta, e Chiki (Ali Suliman), que leva consigo um joelho bastante comprometido por desgaste.
Baseado em fato real, descrito em livro do atleta Mikael Lindnord, e com roteiro trabalhado por Michael Brandt, o longa move para a República Dominicana, a disputa de 54 equipes (representando 30 países), ao longo de 700km. Convencido a superar desavenças com o pai, Michael monta estratégias de vitória, sempre condicionado a retrospecto de trauma recente na Costa Rica. A emoção no percurso, que abraça situações de risco (na proximidade com um precipício), limitações físicas dos competidores, e enraizadas disputas internas de Michael parecem se apequenar quando o filme, descaradamente, dá uma guinada de foco e, na linha prioritária, assume a suposta amizade instantânea entre um cachorro batizado como Rei Arthur e o protagonista.
Vaidade, conquistas e penalidades (atreladas aos protocolos de prova em disputa) batem de frente com a disposição de Michael (adepto do "persistir, sofrer e vencer") de se aperfeiçoar enquanto ser humano. Completamente à parte da proposta inicial em que pesam o nervoso das cenas de ajustes de equipamentos e ainda a agonia da sequência da tirolesa, Uma prova de coragem tem carta branca para investir, sem o menor constrangimento, num drama de gosto duvidoso. Cenas como a do hotel ou mesmo a da resistência ao transporte (no aeroporto), definitivamente, não parecem encabular o astro Wahlberg, que, na carreira, já contracenou até com malicioso boneco de pelúcia, na comédia Ted.
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