Dólar abre em disparada com preocupação fiscal sobre reajuste de servidores

Moeda norte-americana bate R$ 5,65 com derrubada do veto presidencial que impedia reajuste de servidores

O dólar abriu o dia em disparada, nesta quinta-feira (20/8), e voltou a superar a marca de R$ 5,65 em meio à preocupação fiscal do país, após o Senado derrubar o veto presidencial que impedia reajuste salarial de servidores. Na máxima do dia, logo na abertura do pregão, a moeda norte-americana saltava mais de 2%, a R$ 5,654, maior patamar intradiário desde 21 de maio. Às 11h, estava cotado em R$ 5,64.

Além disso, segundo a Terra Investimentos, o dia está tenso por conta da ata mais pessimista do Federal Reserve, banco central norte-americano, e do cenário internacional. "Preocupação fiscal, com impacto da covid-19 na economia, a não liberação do estímulo fiscal nos Estados Unidos, falha da China em não conseguir injetar liquidez no mercado e do acordo entre os dois países", pontuou a corretora.

Veto derrubado

A derrubada do veto foi chamada de "péssimo sinal" pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O governo queria proibir aumentos de servidores como contrapartida ao auxílio federal de R$ 60 bilhões repassado a Estados e municípios para enfrentar a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. A derrubada do veto ainda terá de passar por votação na Câmara dos Deputados.

Se os deputados confirmarem a derrubada do veto, especialistas estimam que o dólar possa voltar a encostar em R$ 6. O dólar reflete a preocupação com o agravamento da questão fiscal, tanto que, dentro de uma cesta de mais de 30 moedas, o real registrava o pior desempenho em relação à divisa.  Nesta quinta-feira, o Banco Central fará leilão de swap tradicional de até 10 mil contratos com vencimento em março e setembro de 2021.