O ministro da Economia, Paulo Guedes, informou que a prorrogação do auxílio emergencial, em mais quatro parcelas de R$ 300, vai custar quase R$ 100 bilhões. Ele avisou que esta deve ser a última camada de proteção social a ser lançada pelo governo por causa da pandemia da covid-19.
"Prorrogamos por mais quatro meses, são quase mais R$ 100 bilhões", comentou o ministro, em audiência pública do Congresso Nacional nesta terça-feira (1º/9), logo depois de o presidente Jair Bolsonaro confirmar o pagamento do auxílio emergencial até o fim do ano, num valor de R$ 300.
Guedes lembrou que essa despesa será incluída no Orçamento de Guerra da covid-19. A pandemia já exigiu um esforço adicional superior a R$ 500 bilhões e pode levar o rombo das contas públicas a mais de R$ 800 bilhões, segundo cálculos da equipe econômica. Por isso, o ministro fez questão de ressaltar que o programa deve se limitar a este ano.
"São mais R$ 80 bilhões, quase R$ 90 bilhões. É bastante. Mas, mostrando ao mesmo tempo, que essas são as últimas camadas de proteção que estamos lançando", frisou o ministro da Economia, que depois atualizou esse valor para "quase mais R$ 100 bilhões".
"Aterrissagem suave"
Segundo Guedes, a prorrogação do auxílio emergencial, com mais quatro parcelas de R$ 300, é uma tentativa de fazer uma "aterrissagem suave" do auxílio emergencial de R$ 600 nos próximos programas sociais do governo. Afinal, o auxílio "manteve o consumo de baixa renda e o ambiente de paz social".
Ele admitiu, contudo, que a medida também dá mais tempo para o governo terminar o desenho do Renda Brasil. O programa deve substituir o Bolsa Família em 2021, mas ainda não foi apresentado porque o governo não conseguiu chegar a um consenso sobre a fonte de recursos que vai bancar o novo benefício social.
"O Renda Brasil continua sendo estudado. Por isso, o presidente lançou essa camada de proteção por mais quatro meses, para que os estudos se aprofundem", afirmou Guedes. Ele ressaltou ainda que a decisão de discutir um pouco mais os detalhes do Renda Brasil foi do presidente Jair Bolsonaro.
E avisou que, para ser robusto, o novo programa social vai ter que usar recursos do "andar de cima e do andar de lado". Afinal, o presidente já recusou a proposta de "tirar dos pobres para dar aos paupérrimos", remanejando recursos de programas sociais como o abono salarial.
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