Alta de preços

Material de construção pode ter medida similar à do arroz, diz Costa

A indústria da construção se queixou ao governo nesta semana da alta de preços e da oferta restrita de matérias-primas como cimento e aço. Redução de tarifas de importação é uma das possibilidades, segundo secretário da equipe de Guedes.

Marina Barbosa
postado em 17/09/2020 20:39
 (crédito: Daniel Alves/CB/D.A Press - 19/7/13)
(crédito: Daniel Alves/CB/D.A Press - 19/7/13)

O governo federal está monitorando os preços e a oferta dos materiais de construção e pode tomar medidas de abertura do mercado caso haja risco de desabastecimento. O recado é do secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, que, nesta semana, foi avisado pela indústria da construção de que itens como o cimento subiram quase tanto quanto o arroz e já começam a faltar em alguns locais do país.

"Estamos com uma força-tarefa para entender o que está acontecendo. O setor de aço, cimento, PVC, arroz, alguns tiveram preços que subiram muito. Vamos entender bem o que está acontecendo e se isso vai se equilibrar naturalmente nas próximas semanas. Se chegar à conclusão de que não, tem que usar ferramentas de mercado", afirmou Carlos da Costa, que voltou a ser questionado sobre a escassez desses itens em live com o setor industrial nesta quinta-feira (17/09).

Ele admitiu que já foi constatada a pouca oferta de materiais de construção em alguns locais do país. Porém, frisou que qualquer medida só será tomada caso haja risco de desabastecimento. E garantiu que essa ação deve observar a capacidade de absorção do mercado brasileiro para não prejudicar a produção nacional. "Caso haja desabastecimento, vamos ter que fazer, mas preservando a indústria nacional, é claro, o produto nacional", assegurou.

Carlos da Costa também frisou que qualquer medida vai respeitar as leis de mercado. "Somos a favor de ferramentas de mercado. O presidente da República já falou que somos contra qualquer controle de preços", ressaltou.

Segundo ele, uma resposta à alta dos materiais de construção poderia ser uma abertura temporária de mercado, como a que foi feita no caso do arroz. Na semana passada, o governo zerou a tarifa de importação para até 400 toneladas de arroz para tentar ampliar a oferta e reduzir o preço do produto no Brasil. 

Alta

O cimento já ficou 10,67% mais caro neste ano e tijolo, 16,86%. Além disso, construtoras de todo o país têm sentido a alta de preços e a escassez de produtos essenciais para as obras como aço, cabos elétricos e concreto. Por isso, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) enviou um ofício a diversos órgãos do governo federal nesta semana relatando "evidências de abuso no aumento de preços" e situações falta de materiais de construção.

Como antecipou o Correio, o setor ainda apresentou os riscos dessa situação para o mercado e para as obras públicas. Por isso, sugeriu medidas para contornar o problema e garante que concorda com o governo de que tabelar preços não seria a melhor solução para este caso. Para a indústria, as medidas podem passar pelo incentivo à importação ou pela redução das exportações.

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