BANCOS

Inovação está atacando as plataformas tradicionais, diz Campos Neto

Para presidente do Banco Central, as instituições financeiras e o mercado precisam se adaptar à nova realidade digital

Marina Barbosa
postado em 06/10/2020 20:35 / atualizado em 06/10/2020 20:36
 (crédito: Raphael Ribeiro/BCB)
(crédito: Raphael Ribeiro/BCB)

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, admitiu que a transformação digital está atacando as plataformas tradicionais e os pilares que costumavam garantir a competitividade dos grandes bancos. Ele disse nesta terça-feira (6/10) que as instituições financeiras e o mercado precisam se adaptar à nova realidade digital.

Em um webinar realizado nesta terça, Campos Neto lembrou que o mercado financeiro vive uma nova onda de competição, devido à entrada de novos players e de novos arranjos de pagamento no sistema. E reconheceu que "as plataformas tradicionais dos bancos estão sendo atacadas por essa inovação", lembrando que "o que permite isso é o crescimento exponencial da tecnologia, a digitalização em massa." 

"Toda essa inovação gera um desafio para os pilares tradicionais que costumavam garantir a vantagem competitiva das instituições financeiras. Temos uma nova realidade que vai exigir uma adaptação das instituições e do mercado", afirmou o presidente do BC, enquanto o mercado tenta entender os impactos do Pix nas receitas e nos serviços bancários tradicionais.

Regulador

Roberto Campos Neto destacou ainda que os serviços digitais não trazem desafios somente para as instituições financeiras. Ele pontuou, também, que há um desafio enorme de regulação para o BC e lembrou que, em todo o mundo, há discussões sobre o papel do regulador nesse processo. Porém, adiantou as prioridades do Banco Central do Brasil: a segurança e a experiência do usuário.

"Na nossa opinião, a função do BC é garantir a segurança cibernética sem sacrificar a experiência dos usuários", afirmou. Mas admitiu que "o regulador está em processo de aprendizado para entender quais normas e sistemas vão otimizar a inovação tecnológica". "O grande desafio é criar as condições para um sistema financeiro integrado, aberto e interoperável", concluiu o presidente do BC.

É por conta desse entendimento que o Banco Central está trabalhando na construção do sistema financeiro do futuro por meio de projetos como o Pix e o open finance, processo mais amplo que o open banking que também entra em vigor neste ano, segundo Campos Neto.

Consumidor

Apesar de todos esses desafios, o Banco Central ressalta que é importante insistir na agenda de inovação do sistema financeiro, já que os benefícios serão grandes para os consumidores. "Tais mudanças, além dos desafios, também apresentam enormes benefícios potenciais. Para os clientes, há a perspectiva da provisão de serviços de melhor qualidade, mais inclusivos e menores tarifas. Para os empreendedores, novas oportunidades de negócios e menor custo operacional", frisou Campos Neto.

Ainda no webinar, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello, acrescentou que o Pix pode favorecer a inclusão financeira e a formalização dos negócios brasileiros. Afinal, o sistema de pagamentos instantâneos promete ser rápido, fácil e mais barato do que as opções de pagamento existentes hoje.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação