Conjuntura

Prévia do PIB cresce 1,06% em agosto, abaixo das expectativas

O resultado do IBC-Br revela uma desaceleração da recuperação econômica brasileira, pois as altas de junho e julho foram mais robustas. No acumulado deste ano, o dado indica uma retração de 5,44% na atividade econômica

Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC) cresceu 1,06% em agosto deste ano. O resultado veio abaixo das expectativas de mercado e indica uma desaceleração da recuperação econômica brasileira.

Segundo o Banco Central, esta é a quarta alta consecutiva do IBC-Br após o choque da pandemia de covid-19, que derrubou a atividade econômica brasileira em março e abril. A expectativa do mercado, contudo, era que o IBC-Br registrasse uma alta mais próxima de 1,6%, pois, até o mês anterior, a recuperação econômica se apresentava com mais vigor.

Dados atualizados do IBC-Br, divulgados nesta quinta-feira (15/10), mostram que o avanço de 1,06% de agosto vem depois de altas de 3,71% em julho, de 5,33% em junho e de 1,68% em maio. O resultado ainda está 3,92% abaixo do patamar observado no mesmo mês de 2019. E aponta uma contração de 5,44% na atividade econômica brasileira no acumulado deste ano, tombo que reflete os impactos econômicos da pandemia de covid-19.

Por conta disso, o indicador segue abaixo do patamar observado antes da pandemia. Segundo o BC, o IBC-Br marcou 134,05 pontos em agosto. Em fevereiro, marcava 139,92 pontos. E em abril, o fundo do poço da crise do novo coronavírus, bateu 119,42 pontos. Entre julho e agosto, contudo, o IBC-Br avançou menos de dois pontos com essa alta de 1,06%.

Dados setoriais

O IBC-Br de agosto foi divulgado apenas um dia depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelar o resultado do setor de serviços naquele mês. E o dado dos serviços, setor que representa cerca de dois terços do PIB do Brasil, também frustrou boa parte do mercado nessa quarta-feira (14/10). O setor cresceu apenas 2,9% em agosto e, por isso, continua abaixo do ritmo de recuperação do comércio e da indústria.

Economistas dizem, por sua vez, que a recuperação do comércio e da indústria também pode desacelerar nesta reta final do ano. Afinal, boa parte da reação desses setores vinha sendo puxada pelo auxílio emergencial, que foi reduzido de R$ 600 para R$ 300 em setembro. Se confirmada, a projeção pode levar a mais uma desaceleração do IBC-Br a partir de setembro.

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