Pagamentos

Pix pode contribuir com retomada econômica, avaliam BC e Febraban

Novo sistema começará a funcionar oficialmente no próximo dia 16. De acordo com a autoridade monetária, existem mais de 65 milhões de chaves cadastradas e aptas a realizar transações imediatas

Marina Barbosa
postado em 09/11/2020 17:42 / atualizado em 09/11/2020 17:44
Segundo Sidney, os pagamentos instantâneos devem ocupar uma parcela importante das atuais transações -  (crédito: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)
Segundo Sidney, os pagamentos instantâneos devem ocupar uma parcela importante das atuais transações - (crédito: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)

O Banco Central (BC) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) acreditam que, ao oferecer pagamentos rápidos e baratos, o Pix pode contribuir com o processo de recuperação da economia brasileira. E garantem que os sistemas das instituições estão prontos para o lançamento do sistema de débito instantâneo, que começa a rodar de forma integral no Brasil na próxima segunda-feira (16/11).

"A economia tende a ganhar mais velocidade e ritmo, já que os recursos vão cair de forma instantânea. Acredito no grande potencial que o Pix tem de auxiliar a economia nesse momento de retomada do crescimento", afirmou o presidente da Febraban, Isaac Sidney de Menezes, que também vê o novo formato de pagamento como um propulsor da inclusão bancária devido à facilidade de acesso ao sistema.

"É uma poderosa ferramenta para impulsionar a bancarização no médio prazo, trazendo novos clientes para o setor financeiro, que terão acesso a serviços e produtos", afirmou Sidney, em live realizada nesta segunda-feira (09/11) pela Febraban para esclarecer as principais dúvidas sobre o novo método de transação.

O Pix promete realizar pagamentos e transferências em menos de dez segundos, a qualquer hora do dia e a qualquer dia do ano. Poderá ser acessado pelo celular, pelos aplicativos bancários usados pelos clientes, para garantir uma experiência fácil. E, segundo os bancos, tende a ser mais barato que os atuais meios de pagamento – como reforçou o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello.

"A diminuição do custo de transação faz com que haja mais negócios, que não ocorreriam se o custo fosse alto", afirmou. E concordou que o Pix pode contribuir com a retomada econômica. "Cai o custo de transação, há mais atividade econômica e mais bem estar", explicou.

A redução de custos, contudo, também deve afetar as receitas bancárias, segundo instituições como a Moody's. Porém, Sidney garantiu que esse impacto será "mais limitado do que se especula". Ele explicou que, hoje, mais de 60% das contas bancárias já não cobram nenhuma tarifa do cliente que faz uma transferência e ressaltou que o Pix não vai provocar o fim do DOC e da TED. "Todos os serviços continuarão convivendo, com finalidades e formas distintas. O Pix vai ser mais uma forma. Vai ficar ao critério de cada cliente a melhor opção", afirmou.

O presidente da Febraban admitiu que os pagamentos instantâneos devem ocupar uma parcela importante das atuais transações em dinheiro e das transferências de pequeno valor. E disse que, com isso, o sistema financeiro espera uma redução dos custos com transporte e logística de numerário, que hoje custam cerca de R$ 10 bilhões por ano.

Segurança

O BC e a Febraban também reforçaram a segurança do Pix e disseram que os sistemas estão prontos para o início dos pagamentos, na próxima semana. Mello, do BC, lembrou que o Pix já está operando em fase de testes para que ajustes sejam feitos antes do lançamento oficial – e garantiu que tem sido um sucesso.

"Sabemos que haverá problemas pontuais, não sabemos quais são, é difícil antecipá-los. Por isso, junto do mercado, temos um período de duas semanas de testes. E nossa avaliação é que é um sucesso estrondoso esse período. Vemos o sistema funcionando e os atores aumentando o número de transações", afirmou.

Diretor de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, Leandro Vilain confirmou que, até agora, houve apenas problemas pontuais que foram rapidamente resolvidos. "Na sexta-feira passada, tivemos 57 mil transações em um prazo de 24 horas, o que demonstra que o próprio cliente aderiu e está usando. E acho que, nesta semana, vamos começar a aumentar os volumes", ressaltou Vilain.

Segundo o BC, na última sexta-feira mais de R$ 21 milhões foram movimentados pelo Pix. É que mais de 27,7 milhões de consumidores pessoas físicas e 1,5 milhão de pessoas jurídicas se cadastraram para realizar pagamentos instantâneos. Ao todo, são mais de 65,2 milhões de chaves Pix.

 

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