PAGAMENTOS

BC descarta instabilidade no sistema do Pix, que entrou em operação nesta segunda

Banco Central afirmou que algumas transações não foram efetuadas na manhã desta segunda-feira (16/11), sobretudo por conta de erros de digitação. Porém, reiterou que o sistema de pagamentos já está operando conforme as expectativas

Marina Barbosa
postado em 16/11/2020 15:57 / atualizado em 16/11/2020 19:08
 (crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)
(crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)

Apesar de muitos brasileiros já terem feito um Pix, alguns consumidores estão tendo dificuldade para completar o pagamento, que promete ser instantâneo e entrou em operação plena no Brasil às 9h desta segunda-feira (16/11). O Banco Central (BC) admitiu que algumas transações não foram completadas no início da operação. Porém, garantiu que a falha não é fruto de nenhuma instabilidade no sistema.

"É importante diferenciar o que é instabilidade do sistema de operações que não são executadas, ou seja, em que o processo não foi completo. Instabilidade no sistema não teve nenhuma. Algumas operações não foram completas, sim", declarou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ao ser questionado sobre o problema durante a coletiva de imprensa sobre o lançamento do Pix.

O BC disse que, muitas vezes, a operação não é liquidada por conta de "erros simples", como quando o cliente digita a conta do recebedor com algum número errado ou tenta fazer um Pix para uma conta salário, que funciona apenas para o recebimento do salário. E Campos Neto garantiu que o índice de operações não completas é bastante baixo.

Dinheiro na conta

Diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra destacou também que o dinheiro não sai da conta do cliente em situações como essa. "O sistema debita e credita simultaneamente. Se a operação não transcorreu, significa que o dinheiro não saiu da conta de quem tentou fazer um Pix", ressaltou Serra.

Chefe do Departamento de Competição e Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, Ângelo Duarte disse ainda que é normal haver certos contratempos no lançamento de sistemas da magnitude do Pix. Porém, garantiu que o BC segue monitorando o sistema de pagamentos instantâneos e acionou todas as instituições financeiras envolvidas no sistema. Segundo Duarte, essas instituições já estão ajustando os sistemas e, por isso, o Pix está operando dentro da normalidade.

"No momento, a gente vê uma operação normal, dentro dos padrões de qualidade que a gente espera para o Pix. Já são mais de 400 mil operações liquidadas. Então, a gente entende que no início da operação poderiam haver problemas com algumas instituições específicas, isso já passou, está todo mundo operando muito bem, dentro dos parâmetros de qualidade", avaliou Duarte.

Aperfeiçoamento contínuo

Roberto Campos Neto reforçou que o processo de aperfeiçoamento do Pix é contínuo, mas disse que o sistema de pagamentos instantâneos já vem operando de forma satisfatória desde a fase restrita, que ocorreu nos últimos 15 dias, com um número limitado de clientes, para que os bancos pudessem ajustar os sistemas antes do lançamento pleno, nesta segunda-feira. Segundo o BC, mais de R$ 800 milhões foram transacionados no Pix, por meio de dois milhões de operações na fase restrita.

A expectativa do BC é, portanto, que esses problemas diminuam à medida que os bancos ajustem seus sistemas e, sobretudo, à medida que o uso do Pix e das chaves Pix se popularize. O diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central (BC), João Manoel Pinho de Mello, disse que as chaves Pix tendem a reduzir os erros vistos hoje, que atrapalharam a liquidação de algumas operações.

A chave Pix é meio de identificação de uma conta bancária no sistema de pagamentos instantâneos e pode ser o CPF/CPNJ, o celular e o e-mail do titular da conta ou uma chave aleatória. Segundo o BC, 30 milhões de consumidores e 1,7 milhão de empresas já cadastraram chaves Pix. Porém, a tendência é que esse número cresça à medida que a ferramenta se populariza. Na manhã desta segunda-feira, por exemplo, o BC observou um grande o volume de registro das chaves Pix.

Caixa

Boa parte das queixas relacionadas a operações incompletas no Pix partiu de clientes da Caixa Econômica Federal. Por meio de nota, a Caixa confirmou que "houve uma intermitência pontual no serviço do Pix", mas garantiu que "o serviço foi normalizado ainda pela manhã" e que "as operações impactadas serão automaticamente estornadas, sem prejuízo aos clientes".

A Caixa, explicou que, somente nesta segunda-feira, 170 mil novas chaves Pix foram cadastradas no banco e 200 mil pagamentos instantâneos já foram realizados.

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