O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta quinta-feira (19/11) que o cronograma de reformas econômicas e privatizações está atrasado. Porém, continua acreditando que essa agenda vai ajudar o Brasil a retomar uma trajetória de crescimento sustentável já no próximo ano.
"Estamos atrasados em algumas [reformas] certamente", declarou Paulo Guedes, durante o Congresso Brasileiro de Previdência Privada. O ministro, que já havia lamentado o fato de ainda não ter conseguido entregar nenhuma privatização, também voltou a citar um "atraso das privatizações" e falou, especificamente, da reforma tributária, que teve uma "trajetória muito atribulada".
Guedes lembrou que o debate da reforma tributária estava interditado na Câmara dos Deputados, cujo presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), discorda da intenção do ministro da Economia de recriar a CPMF, em uma das fases da reforma, para bancar a desoneração da folha. Porém, disse que vai continuar trabalhando para destravar essa pauta.
"Estávamos convencidos e, depois da pandemia, mais convencidos ainda do problema da desoneração da folha. Precisamos remover o imposto sobre a folha de pagamento, que é um desastre, é uma arma de destruição em massa de empregos, tem um efeito cumulativo e colocou 40 milhões de brasileiros fora do mercado de trabalho formal", reclamou.
Marcos regulatórios
O ministro também se mostrou confiante no avanço de outras reformas e de novos marcos legais de infraestrutura. Ele fez questão de lembrar que, diferentemente da reforma tributária, que só teve a primeira etapa apresentada pelo governo, marcos regulatórios como o do gás e o da cabotagem já estão no Congresso Nacional aguardando a avaliação dos parlamentares. E apontou que já há empresas de energia interessadas em investir no Brasil após a aprovação do marco do gás.
Para chefe da equipe econômica, é a aprovação dessas reformas que vai fazer o Brasil retomar uma trajetória sustentável de crescimento econômico. Isso porque essas reformas podem reduzir o custo Brasil e melhorar o ambiente de negócios nacional. Reformas fiscais, como a administrativa, ainda podem ajudar o país a manter as contas equilibradas e, assim, passar confiança aos investidores.
Guedes lembrou ainda que, hoje, o governo não tem orçamento disponível para investir no mesmo volume que a iniciativa privada. Por isso, pediu a colaboração dos parlamentares na aprovação das reformas. Ele afirmou que a recuperação econômica da pandemia de covid-19 já está encomendada, graças a programas como o auxílio emergencial e o crédito às empresas, mas precisa ser transformada em um crescimento sustentável com a ajuda do capital privado.
"Para que isso aconteça, contamos com o Congresso reformista, que vai destravar investimentos", disse o ministro. Ele acredita que, depois do baque de mais de 4% deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode crescer de 3% a 3,4% em 2021 com as reformas.
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