Aviação civil

Anac: retomada do setor precisa superar números do pré-pandemia

Diretor-presidente da agência reguladora, Juliano Noman diz que objetivo é que os 115 milhões de brasileiros da classe média passem a usar o transporte aéreo com redução de custos operacionais

O setor aéreo brasileiro estava em voo de cruzeiro antes da pandemia e precisa não só retomar os números de antes da crise provocada pelo novo coronavírus como avançar, com redução de custos para permitir que a classe média brasileira utilize o transporte aéreo. A afirmação é do diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Juliano Noman, que participou, nesta terça-feira (24/11), do evento virtual AirConnected - Digital Xperience (DX).

Segundo ele, o governo e a agência estavam trabalhando para universalizar o serviço aéreo antes de a pandemia atingir o setor em cheio. “No Brasil, tínhamos entre 100 milhões e 120 milhões de viagens por ano, numa média de 0,56 viagem por habitante. A aviação já transportava mais do que o modal rodoviário em rotas interestaduais”, disse. “Porém, quando olhamos em proporção da população ainda há muito a fazer. Das 120 milhões de viagens, são apenas 30 milhões de CPFs, porque quem pode viajar faz isso mais de uma vez por ano”, acrescentou.

O presidente da Anac revelou que viajam de avião as classes A e B e pouca coisa da C. “O país tem 115 milhões de brasileiros da classe média. O governo vinha num planejamento de levar o transporte aéreo a essas pessoas. Para isso, ou a renda aumenta ou a gente baixa custo. Então a agenda do governo era reduzir custo”, destacou.

Noman explicou que as medidas sanitárias tomadas e implementadas em conjunto com a Anvisa permitiram que as pessoas passassem a ter confiança em usar o avião, mesmo durante a pandemia. “No transporte aéreo, estão confiantes. Então, temos que voltar a ideia do pré-pandemia. Não podemos falar só em retomada. Nosso objetivo é chegar aos 100% do movimento do ano passado, mais os 115 milhões de brasileiros classe média”, reiterou.

Custos

Para isso, ele disse que Anac vai continuar com o objetivo de baixar custo do setor aéreo. A agência mudou, inclusive, seu organograma para atender melhor os regulados e para aproximar seus públicos, revelou Noman. “A postura não é de embate, de punir e multar, mas trazer o regulado para o nosso lado, com uma regulação responsiva. Reduzir custos e gerar eficiência”, afirmou.

Segundo o presidente da Anac, a questão do combustível de aviação do Brasil, que é um dos mais caros do mundo, será retomada pela agência. “Criamos o programa Voo Simples para modernizar regras da aviação e melhorar o ambiente de negócios no setor. A judicialização excessiva foi parcialmente resolvida com a conversão em lei da MP 925. Precisamos dar as mãos, todos nós, para termos uma aviação eficiente, fluída e com segurança.”

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