COMBUSTÍVEIS

Consumidores reclamam do preço da gasolina, mesmo com redução da Petrobras

Consumidores afirmam que valores cobrados nos postos permanecem elevados mesmo quando a Petrobras anuncia redução. Segundo a estatal, preços baixaram 11,4% ao longo deste ano, nas refinarias

Israel Medeiros*
postado em 05/12/2020 06:00
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Mesmo após a redução de 2% nos preços da gasolina nas refinarias da Petrobras, que entrou em vigor na última quinta-feira, consumidores reclamam dos altos valores pagos pelo litro do combustível nos postos. De acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), desde o último domingo, o preço médio da gasolina no Distrito Federal foi de R$ 4,557. Nesse período, o menor preço registrado foi de R$ 4,289 e o maior, de R$ 4,699. O levantamento foi feito em 47 postos de combustível.

O auxiliar administrativo Bruno Costa, de 30 anos, afirma que tem sido cada vez mais difícil manter o carro abastecido, mesmo sendo um modelo considerado econômico. Ele é morador do Riacho Fundo II e percorre, diariamente, cerca de 70km para se ir e voltar do trabalho, no Plano Piloto. “A gasolina em Brasília está cara em praticamente todas as regiões. Eu abasteço muito no final do Setor Terminal Norte (STN), no Setor de Indústrias Gráficas e no Recanto das Emas, e o valor é o mesmo em todos, variam entre R$ 4,49 e R$ 4,69. Não há grande variedade de preços”, contou.

Bruno diz que gasta cerca de R$ 400 por mês com gasolina. Ele conta que tem a impressão de que os postos são rápidos para repassar altas de preços, mas demoram a reajustá-los quando há queda no valor praticado nas refinarias. “Meu trajeto é praticamente só linha reta, mas são trechos bem longos e com muito trânsito, o que gera um alto consumo. Um fator importante de se reparar é que quando há reajuste para aumento de preço nas refinarias, para o consumidor ele é quase que instantâneo, já quando diminui, percebo que leva até três dias para chegar às bombas”, lamentou.

No entanto, o presidente do Sindicombustíveis, Paulo Tavares, afirma que os postos não têm repassado todos os reajustes feitos pela Petrobras recentemente. Vale lembrar que na última semana de novembro, a estatal anunciou um aumento de 4% no preço da gasolina nas refinarias e de 5% no diesel.

“Em 12 de novembro, houve um aumento da Petrobras e, no dia 20, uma segunda alta. Esses dois aumentos geraram um acréscimo de R$ 0,17 no preço do litro da gasolina. Ontem, houve uma queda de R$ 0,02. Ou seja, nas últimas três semanas, houve um aumento de R$ 0,15. Entretanto, o preço médio praticado em Brasília pelos postos era em torno de R$ 4,64, chegou a baixar para R$ 4,59 e depois foi para R$ 4,68”, afirma. De acordo com a ANP, o valor médio na primeira semana de novembro foi de R$ 4,441; na semana seguinte, R$ 4,459. Entre 22 e 28 de novembro, no entanto, o preço médio saltou para R$ 4,584, maior valor do mês.

Nas refinarias, no acumulado do ano, os 39 ajustes da Petrobras apontam para uma diminuição de 11,4% no preço da gasolina. Foram 21 diminuições e 18 aumentos. De acordo com o Ato Cotepe, do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), publicado no Diário Oficial da União em 25 de novembro, o preço adotado pelos postos a partir de 1º de dezembro foi de R$ 4,589.

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