Apesar de demonstrar preocupação com a situação fiscal do Brasil, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) acredita que é só uma questão de tempo para o país ser aceito no clube dos países ricos. A entrada na OCDE é um objetivo antigo do presidente Jair Bolsonaro e pode contribuir com a retomada econômica, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes.
"Não tenho dúvidas que o Brasil vai entrar na OCDE. É uma questão de tempo", disse o diretor do departamento de economia da OCDE, Álvaro Pereira, quarta-feira (16/12), durante a apresentação do Relatório Econômico da OCDE sobre o Brasil.
O documento cobra a retomada do ajuste fiscal e das reformas econômicas no país, bem como o controle do desmatamento, pois a OCDE acredita que a dívida pública brasileira disparou a tal ponto na pandemia de covid-19 que ameaça a recuperação econômica brasileira e também vê com preocupação o avanço das queimadas na Amazônia.
Ainda assim, Pereira disse que "o Brasil vai ser um dos membros mais poderosos da OCDE". Ele argumentou que o país tem trilhado um caminho de reformas, que, mesmo tendo sido interrompido pela pandemia, combina com o pensamento da OCDE, que sempre procura partilhar boas experiências entre seus países membros.
"A OCDE está comprometida na continuidade da ótima colaboração com o Brasil para conceber, desenvolver e apresentar políticas para melhorar a vida de todos os brasileiros", acrescentou o secretário-geral da OCDE, José Ángel Gurría.
Caminho à prosperidade
Presente da cerimônia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, garantiu que o "Brasil está pronto para ingressar na OCDE". Ele explicou que, hoje, o Brasil cumpre 94 dos 245 instrumentos exigidos pela organização, o que o torna o país não-membro com o maior número de adesões a instrumentos da OCDE. E ressaltou que, ainda assim, o governo continua buscando medidas de aumento da concorrência, transparência e eficiência dos gastos públicos para estar cada vez mais alinhado aos padrões da OCDE.
Segundo Guedes, "o acesso à OCDE torna o caminho à prosperidade mais curto", pois contribui com o processo de recuperação econômica brasileira. "Nosso acesso à OCDE será muito bom para o país e muito bom para a organização, porque estamos entre as dez economias mais fortes do mundo", afirmou o ministro da Economia.
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