CNI

Construção civil: falta de insumos atinge uma a cada duas empresas

Relatório da Confederação Nacional da Indústria mostra que alto custo de insumos se tornou o problema mais disseminado no setor no quarto trimestre de 2020

Natália Bosco*
postado em 25/01/2021 14:06 / atualizado em 25/01/2021 14:09
 (crédito: José Paulo Lacerda/CNI/Direitos reservados)
(crédito: José Paulo Lacerda/CNI/Direitos reservados)

A Sondagem Indústria da Construção, pesquisa de indicador econômico realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que tanto a falta quanto o alto custo da matéria-prima se tornaram os principais problemas no setor da construção em meio à recuperação econômica no terceiro trimestre de 2020, quando atingia 39,2% das indústrias da construção. No quarto, a falta de insumos cresceu ainda mais, atingindo uma a cada duas empresas do setor.

O relatório divulgado nesta segunda-feira (25/1) também mostra que assim como a produção, o emprego na indústria da construção recuou no último mês de 2020. Os dados da pesquisa são de dezembro do último ano.

A falta e o alto custo da matéria-prima fecharam 2020 em primeiro lugar no ranking de problemas encarados pela indústria da construção. Entre o terceiro e o quarto trimestre do último ano, o percentual de empresas que enfrentam esse problema subiu em 11,6%, o que atingiu a marca de 50,8% empresas que encaram a situação.

Em segundo lugar na lista está a elevada carga tributária, com 26,8% de assinalações. A burocracia excessiva passou para o terceiro lugar, sendo enfrentada por 24,1% das empresas, e a demanda interna insuficiente ficou na quarta posição entre os principais problemas.

A confiança dos empresários no setor caiu, o que também é um obstáculo. O Índice de Confiança do Empresário Industrial da Indústria da Construção (ICEI-Construção) regrediu 3,2 pontos em dezembro. A queda da confiança da construção em janeiro deste ano teve grande influência da deterioração da percepção da indústria da construção sobre as condições atuais da economia brasileira. Apesar da queda, o índice ainda se situa acima da linha divisória de 50 pontos.

“A construção espera maior crescimento para compra de insumos, atividade e emprego nos próximos seis meses. A confiança dos empresários da construção, por outro lado, caiu, refletindo maior pessimismo com relação ao estado atual da economia brasileira”, explica o gerente de Análise Econômica Marcelo Azevedo.

Produção e emprego

Segundo a Sondagem Indústria da Construção, as quedas na produção e no emprego da indústria da construção eram esperadas, uma vez que dezembro costuma registrar recuo da atividade.

O índice de atividade da indústria de construção marcou 46,3 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos. Em dezembro de 2019, o índice foi de 45,8 pontos.

O índice de evolução do número de empregados, por sua vez, ficou em 46,9 pontos, também abaixo da linha divisória de 50 pontos. Contudo, a pontuação está acima de sua média histórica de 44,1 pontos.

Expectativas

Para janeiro de 2021, os índices de expectativa da construção são positivos. O índice de expectativa de compras de insumos e matérias-primas avançou 2,5 pontos este mês. Já os índices de atividade, do número de empregados e de novos empreendimentos avançaram respectivamente 1,6, 0,9 e 0,5 ponto. Todos se situam acima da linha divisória de 50 pontos desde agosto de 2020, o que indica expectativa de crescimento dessas variáveis para os próximos seis meses.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação