Preços

Inflação desacelera a 0,25% em janeiro, menor taxa desde agosto

Segundo o IBGE, o IPCA desacelerou por conta da redução de preços da energia elétrica e das passagens aéreas. Alimentos e combustíveis, no entanto, continuam pressionados

Marina Barbosa
postado em 09/02/2021 09:51 / atualizado em 09/02/2021 09:53
 (crédito: Ed Alves/CB)
(crédito: Ed Alves/CB)

Após assustar os brasileiros em 2020, a inflação desacelerou neste início deste ano. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) explica que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu apenas 0,25% em janeiro.

O resultado da inflação em janeiro é menor desde agosto de 2020, já que o IPCA deu um repique nos últimos meses do ano passado por conta da alta dos alimentos, dos combustíveis e da energia elétrica. Em dezembro, por exemplo, o indicador disparou 1,35%.

Segundo o IBGE, a inflação desacelerou no início do ano por conta da redução dos preços da energia elétrica e das passagens aéreas. Afinal, a conta de luz foi pressionada pela bandeira tarifária vermelha patamar 2 em dezembro, mas passou para a bandeira amarela em janeiro, o que levou o grupo de habitação a uma deflação de 1,07% no mês.

O preço das passagens aéreas havia subido 28,05% em dezembro e caiu 19,93% em janeiro. O grupo de transportes, no entanto, continua pressionado, pois os combustíveis foram na contramão da inflação e continuaram acelerando em janeiro. Segundo o IBGE, o item passou de 1,56% em dezembro para 2,13%, por conta da alta da gasolina (2,17%) e do óleo diesel (2,60%).

Alimentos

Parte importante da cesta de consumo dos brasileiros, os alimentos também continuam com os preços pressionados, só que em menor intensidade. O IBGE explicou que a inflação da alimentação desacelerou de 1,74% em dezembro para 1,02% em janeiro. A queda foi ainda mais intensa nos alimentos para consumo no domicílio, que haviam subido 2,12% em dezembro e variaram 1,06% em janeiro.

De acordo com o IBGE, a alimentação pesou menos no bolso do brasileiro em janeiro porque as frutas desaceleraram de 6,73% em dezembro para 2,67%; e porque itens como as carnes (-0,08%), o leite longa vida (-1,35%) e o óleo de soja (-1,08%) ficaram mais baratos no mês. Por outro lado, os preços da cebola (17,58%) e do tomate (4,89%) subiram em janeiro.

Acima da meta

Apesar de ter desacelerado em janeiro, a inflação subiu no acumulado em 12 meses, de 4,52% em dezembro para 4,56% em janeiro. É que, em janeiro de 2020, o resultado da inflação foi menor que o observado no mesmo mês deste ano: 0,21%.

Com isso, a inflação acumulada em 12 meses continua acima da meta que deve ser perseguida pelo Banco Central (BC), que foi de 4% em 2020 e caiu para 3,75% em 2021. E analistas acreditam que esse cenário vai continuar nos próximos meses.

Nesta semana, o mercado elevou de 3,53% para 3,60% a projeção para a inflação de 2021, segundo o Boletim Focus. Foi a quinta semana consecutiva em que a expectativa foi elevada, o que, segundo o mercado, pode levar o BC a subir a taxa básica de juros (Selic) nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

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